O comentador d’As Três da Manhã concorda com o inquérito interno no Instituto de Registo e Notariado, com audição de trabalhadores e entidades externas, para apurar se a naturalização de Abramovich decorreu, de facto, de forma totalmente transparente.
Henrique Monteiro, que foi uma das pessoas que na altura escreveu à ministra Constança Urbano de Sousa, manifestando-se contra a “lei dos sefarditas”, considera que é Roman Abramovich que tem que provar que é sefardita.
O comentador alerta que a “comunidade israelita do Porto pode estar a ser demasiado abrangente naquilo que considera um sefardita” e para o perigo de Abramovich “ser o braço direito do próprio Putin”.
Estarmos a “dar um passaporte que dá acesso, sem visto, a centenas de países, sem mostrar absolutamente nada, nem é preciso passaporte no espaço da União Europeia. Nós podemos estar a pôr dentro de casa aquilo que se chama um cavalo de troia”, alerta.
Henrique Monteiro refere ainda que o processo de Roman Abramovich, para obter a nacionalidade portuguesa, foi dos mais rápidos de sempre, destacando que aconteceu - segundo se diz – depois de ter dado muito dinheiro à comunidade israelita do Porto.
“Isto pode ser visto, por um lado, positivo, que é: ele sente-se sefardita e apoia a comunidade, uma vez que é multimilionário”, ressalva, mas para o comentador, com a naturalização de Abramovich Portugal “nada tem a ganhar, a não ser que haja aí qualquer coisa escondida”.