A Provedoria de Justiça recebeu uma queixa por causa da norma que obriga ao isolamento crianças e jovens institucionalizadas. A Associação AjudAjudar fala numa situação inadmissível e pede novas orientações às autoridades de saúde.
Uma orientação da Direção-Geral de Saúde determina que as crianças e jovens em perigo, que são retirados às famílias, têm de cumprir um isolamento de 14 dias quando são institucionalizados.
Além de terem de fazer teste à Covid-19, estes menores têm de entrar sozinhos nas casas de acolhimento.
À Renascença, Sónia Rodrigues, da Associação AjudAjudar, fala numa situação inadmissível e pede mudanças. “São crianças, são jovens… e precisam de situações de convívio. Estão numa situação de desproteção social e quando são retirados às suas famílias é porque existiram situações muito problemáticas – estão numa situação de fragilidade - e precisam de outro tipo de orientações”, sublinha.
Como “não estão a ser respeitados os direitos das crianças” em acolhimento, a associação quer que sejam emitidas orientações específicas e que sejam exequíveis.
Ao jornal "Público", a DGS reconhece que as medidas são "extremamente penalizadoras", mas justifica que não as implementar pode atentar contra o interesse de outras crianças.
Desde o início da pandemia que a DGS equipara crianças e jovens a idosos. “A infeção na criança e no jovem é muitas vezes assintomática e de evolução benigna; no entanto, há que prevenir a transmissão aos cuidadores.”
Segundo as orientações, até as crianças da mesma família só podem ficar juntas se entrarem no mesmo dia. Quanto aos bebés, em que o afastamento social é muito difícil e não há controlo de esfíncteres, para além da máscara cirúrgica, bata e luvas descartáveis, o cuidador deve colocar também um avental impermeável.