Lembrando que o "vírus é primeiro comandante desta pandemia", a diretora-geral da Saúde sublinha que a lógica de reforços visa proteger as pessoas e que a DGS continua a recomendar a utilização de medidas de precaução, como o uso e máscara em locais fechados. “Não há que ter vergonha em usar a máscara.”
À Renascença, Graça Freitas diz que usa máscara em locais fechados onde estejam outras pessoas e defende que esta deve ser uma prática a adotar, depois de avaliado o risco de contágio. Por isso, tendo em conta os eventos de massas que se preveem para os próximos tempos, recomenda veementemente o uso da máscara.
Quanto à possibilidade do regresso da obrigatoriedade do uso da máscara facial, a responsável não se compromete. “Já aprendemos que tratar a pandemia, é como tratar um doente: temos que adaptar a terapêutica à condição do doente e, portanto, já não dizemos nunca, nem sempre.”
A responsável enfatiza que o uso da máscara “é uma boa prática, não há que ter vergonha de usar quando é necessário, quando estamos num espaço fechado com outras pessoas. Sobretudo, muita atenção quando estamos com os mais doentes, com os mais velhos, quando vamos ver os nossos parentes. Usar sempre máscara é uma boa prática que protege os mais vulneráveis e também nos protege a nós”, insiste.
Vacinação arranca nos lares
Nesta entrevista, lembra que a quarta dose estava prevista caso se fosse necessária, tendo em conta a evolução dos casos. Pois, “a vacina não evita complemente ter uma infeção, mas evita ter uma doença grave, não ir parar ao hospital e, em última análise previne a mortalidade”.
A quarta dose da vacina contra a Covid-19 começa a ser dada, na segunda-feira, nos lares. Os restantes idosos devem “aguardar tranquilamente”, pois vão ser contactados para serem vacinados nos centros de vacinação ou nos centros de saúde.
"As pessoas com mais de 80 anos serão convocadas por agendamento local, através de SMS ou chamada telefónica, como já aconteceu noutras fases."
A antecipação da vacina, que devia acontecer em agosto, acontece numa altura em que Portugal assiste a uma subida do número de novos casos de Covid-19. Especialistas falam numa sexta vaga.
Para já este reforço da vacinação será apenas para os mais velhos, mas Graça Freitas admite que é possível que se estenda a outras faixas etárias. “Estão a ser feitos estudos em outros países para decidir até que idade é que se deve baixar. E será uma idade parecida com aquela com que administramos a vacina para a gripe, ou seja, na lógica dos mais vulneráveis, porque a vacina é muito boa”, afirma a diretora-geral.
“Esta lógica dos reforços é para fortalecer a imunidade das pessoas mais vulneráveis.”
Quinta dose no Outono
Para os mais velhos e mais vulneráveis, a diretora-geral da Saúde admite mesmo uma quinta dose. “Será provável, sim. A lógica da vacinação é administrar as doses que forem necessárias às pessoas que delas precisam”, justifica.
No imediato será feito este reforço “para cobrir uma eventual subida dos próximos meses”, depois será feito “outro reforço para cobrir a subida que esperamos que aconteça no outono e inverno, uma vez que este é um vírus com características sazonais e, portanto, como o vírus da gripe terá uma evidência epidémica no outono/inverno”.
Segundo esta responsável, "esta variante da Ómicron é muito agressiva".
As autoridades de saúde já tinham anunciado também que os jovens entre os 12 e 15 anos com condições de imunossupressão também são elegíveis para uma dose adicional da vacina contra a Covid-19, ocorrendo a inoculação "de acordo com orientação e prescrição médica".