Primeiras horas de velório de Eduardo dos Santos marcadas por pouca gente
21-08-2022 - 14:11
 • Lusa

Os restos mortais vão ser depois transportados para o mausoléu que homenageia o primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, no dia 27 e no dia seguinte deverá ser feita uma cerimónia fúnebre.

As primeiras horas do velório de José Eduardo dos Santos, na sua residência oficial, em Luanda, foram marcadas pela presença de poucos cidadãos anónimos junto ao local.

O corpo do ex-presidente angolano foi preparado de manhã para os próximos dias de velório, de modo a que as pessoas possam "fazer o óbito", como é designado na tradição angolana.

Os restos mortais serão depois transportados para o mausoléu que homenageia o primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, no dia 27 e no dia seguinte deverá ser feita uma cerimónia fúnebre, ocasião em que José Eduardo dos Santos completaria 80 anos.

A data das cerimónias deverá coincidir com o anúncio dos primeiros resultados das eleições gerais, que se realizam no dia 24.

Junto à sua residência, na zona do Miramar, foi colocado um detetor de metais e estão vários funcionários estatais, entre forças de seguranças e elementos do protocolo de Estado. Mas não foram avistados muitos cidadãos anónimos a visitar o local. Durante os "dias de óbito", a tradição angolana exige que a família tenha as portas da casa abertas a todos, com comida e bebida para quem preste homenagem ao morto.

A tradição levou mesmo, numa cidade com elevados níveis de pobreza como Luanda, a que muitos angolanos procurem estas ocasiões para fugir à fome endémica.

Nesses momentos, as casas onde se fazem o óbito enchem-se de gente, com filas à porta, nos casos de pessoas mais conhecidas nos bairros, algo que ainda não sucedeu junto ao palácio.

Perto da zona, alguns meninos de rua passeavam com bandeiras e chapéus do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Questionados pela Lusa, limitaram-se a dizer que receberam esse material de campanha num quarteirão próximo.

José Eduardo dos Santos governou o país durante três décadas e meia, primeiro à frente do partido de regime único (MPLA) e depois durante o regime democrático.