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Eduardo Vítor Rodrigues reforça posição contrária à imposição de uma cerca sanitária no Grande Porto, zona do país que concentra maior número de casos de Covid-19, e em resposta sugere a massificação dos testes. Convidado do programa "As 3 da Manhã", da Renascença, o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) faz notar que há duas semanas a AMP se bate pelo reforço significativo do número de testes e considera que esta é "a única forma de sair relativamente bem de tudo isto, como aconteceu na Islândia ou na Coreia do Sul".
O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia - um dos municípios mais afetados pela pandemia em Portugal - classifica de "azar comunicacional" as palavras da principal responsável pela Direção Geral da Saúde (DGS), que segunda-feira disse estar em estudo a possibilidade de isolar a cidade do Porto.
"Estamos numa fase de mitigação e não vejo qualquer benefício em isolar a cidade. O assunto foi levantado de forma extemporânea", considera o autarca, sublinhando ainda que Graça Freitas o fez "de forma leviana, ignorando quem está o no terreno que são os autarcas, a correr riscos e a disponibilizar orçamentos municipais para ajudar os hospitais, coisa que não seria da sua responsabilidade", lembra.
Ainda assim, ao contrário da posição tomada por Rui Moreira, Eduardo Vítor Rodrigues mantém confiança na diretora-geral da DGS e tem a expectativa de que a ministra da Saúde, Marta Temido, "encerre de vez este processo e que continuemos de mãos dadas a trabalhar pela pessoas, para que isto acabe rapidamente e sem surpresas destas".
"Quando alguns testes começarem a ser feitos serão massivamente positivos"
Na opinião de Eduardo Vítor Rodrigues, "já ninguém tem dúvidas de que quando alguns testes começarem a ser feitos serão massivamente positivos; isso já se está sentir nas IPSS", assinala o autarca, que faz notar a enorme importância que as Instituições Particulares de Solidariedade Social têm na AMP e no norte do país em geral.
Eduardo Vítor Rodrigues, nesta entrevista à Renascença, reconhece que do ponto de vista do isolamento social o primeiro fim de semana no grande Porto foi "desastroso", tendo melhorado de forma significativa no segundo, com as pessoas mais "consciencializadas e com maior presença da autoridade nas ruas".
Em conclusão, o presidente da AMP considera que "estamos no bom caminho, mas o bom caminho não é uma cerca sanitária". Entretanto, num esclarecimento prestado à Renascença, a DGS admite duplicações na contagem de casos no Porto.