O mundo "não deve ter nada a temer” do novo regime na Síria, declarou esta terça-feira o líder do grupo rebelde Hayat Tahrir al Sham (HTS).
Ahmed al-Sharaa, também conhecido como Abu Mohammed al-Jolani, deixou a garantia em entrevista à estação de televisão britânica Sky News.
Nas primeiras palavras à imprensa ocidental após a queda do regime de Al-Assad, o líder do grupo jihadista HTS tentou deixar uma mensagem de tranquilidade.
Numa entrevista concedida numa mesquita da cidade de Damasco, Al-Jolani prometeu que a Síria será reconstruída após 13 anos de guerra civil que provocou cerca de 400 mil mortos e uma vaga de refugiados.
“Os medos são desnecessários, se Deus quiser. O medo vinha da presença do regime [de Assad]. O país caminha para o desenvolvimento e a reconstrução. Caminha para a estabilidade”, afirmou.
Al-Jolani diz que o povo sírio está “exausto” de tantos anos de guerra e não irá agora entrar num novo conflito armado, garantiu.
“A fonte dos nossos medos eram as milícias iranianas, o Hezbollah e o regime [de Assad] que cometeram os massacres que estamos a ver hoje. O seu afastamento é a solução para a Síria. A situação atual não permite um regresso ao pânico”, sublinhou o líder do movimento HTS.
"Momento deste povo usufruir de estabilidade e de calma"
Por seu lado, o novo primeiro-ministro responsável pela transição na Síria, Mohammad al-Bashir, prometeu "estabilidade" e "calma" ao povo sírio, desgastado por mais de 13 anos de guerra civil, numa entrevista à estação televisiva do Qatar Al-Jazeera.
"Chegou o momento de este povo usufruir de estabilidade e de calma, de ser cuidado e de saber que o seu Governo está aqui para lhe prestar os serviços de que necessita", afirmou o novo governante sírio.
Mohammad al-Bashir foi nomeado para o cargo pelos rebeldes islamitas que derrubaram o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, no poder havia 24 anos, numa ofensiva de 12 dias.
Entretanto, o exército israelita anunciou esta terça-feira ter efetuado cerca de 480 ataques nas últimas 48 horas contra alvos militares estratégicos na Síria, na sequência da queda do Presidente Bashar al-Assad, deposto pelos rebeldes islamitas.