A investigação ao acidente com o 'Canadair' que se despenhou este sábado durante o combate ao incêndio no Parque Nacional da Peneda Gerês, causando um morto e um ferido grave, é da responsabilidade de Espanha, disse à Lusa fonte da investigação.
Devido ao facto de o acidente ter acontecido em território de Espanha, fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) explicou à agência Lusa que são as autoridades espanholas que têm a responsabilidade e a competência para desenvolver a investigação.
Inicialmente pensava-se que a aeronave tinha caído em território nacional, mas a Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicou que o acidente “ocorreu em território espanhol, a cerca de um a dois quilómetros da fronteira portuguesa”.
O GPIAAF explicou que deslocou uma equipa para o local porque, quando recebeu a notificação do acidente, ainda não se sabia que o mesmo tinha acontecido em território espanhol, acrescentando este organismo que está a colaborar com a sua congénere espanhola.
O acidente causou um morto e um ferido grave.
O piloto, de nacionalidade portuguesa, de 65 anos, morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), enquanto o segundo piloto, de nacionalidade espanhola e de 39 anos, foi assistido no local e transportado em "estado grave" para o Hospital de Viana do Castelo.
Numa nota de imprensa, a ANEPC afirmou tratar-se de umavião anfíbio pesado (Canadair CL215), do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, do Centro de Meios Aéreos de Castelo Branco, que participava nas operações de combate a um incêndio que lavra no Parque Nacional da Peneda Gerês, freguesia e concelho do Lindoso, distrito de Viana do Castelo.
O avião despenhou-se num acidente junto à Barragem do Alto do Lindoso, na sequência de uma operação de ‘scooping’ (reabastecimento de depósito de água), acrescentou.
De acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 14h25 estavam a combater as chamas 132 operacionais, apoiados por 34 veículos e 11 meios aéreos portugueses e espanhóis.
Governo apresenta condolências
No Twitter, o primeiro-ministro António Costa escreveu que "foi com profunda tristeza e consternação que tomei conhecimento da morte do piloto Jorge Jardim, na sequência de um acidente num incêndio no Gerês". "Envio os meus sentimentos à sua família, amigos e a todos os que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais", acrescentou.
Noutra mensagem na mesma rede social, afirmou que "temos de reduzir cada vez mais o número de ignições para que o dispositivo atue de forma cada vez mais eficaz". "Isso depende muito do comportamento de cada um de nós".
Já o ministro da Administração Interna apresentou hoje condolências à família do piloto Jorge Jardim, que morreu na sequência da queda de um ‘Canadair’ na zona do Lindoso, Ponte da Barca.
“Apresento as mais sentidas condolências à família do piloto Jorge Jardim, que hoje faleceu na sequência de um acidente com um avião de combate a incêndios na barragem do Alto do Lindoso, durante a operação de combate ao incêndio que lavra no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Estendo este voto […] a todos os amigos e colegas da empresa Babcock que integra o dispositivo especial de combate a incêndios rurais”, lê-se na nota de pesar divulgada pelo Ministério da Administração Interna.
Eduardo Cabrita manifestou “votos de plena recuperação” ao copiloto da aeronave e dirigiu uma “palavra de solidariedade” a todos os que prestam um “serviço inestimável” no combate aos incêndios.
“Os meus pensamentos estão com todos aqueles que, de forma empenhada e generosa, integram este esforço nacional”, afirmou.
O governante agradeceu também às autoridades espanholas pela cooperação nas operações de resgate.