A Região Autónoma da Madeira insiste que não tem capacidade para acolher todos os emigrantes que queiram regressar da Venezuela, mas ressalva que não deixará de ter “as portas abertas”.
“Uma vez que não se vislumbra uma saída no curto prazo para a crise política, económica e social que atinge profundamente a Venezuela, se o fluxo de regresso se intensificar é natural que uma região com a dimensão da nossa não tenha meios para fazer face a um fluxo desse tipo”, comenta o secretário madeirense dos Assuntos Parlamentares e Europeus na Renascença.
“Mas não podemos deixar de ter as portas abertas para todos os que queiram regressar, apesar de todas as dificuldades inerentes a uma situação dessas”, ressalva.
Sérgio Marques esteve na Venezuela na semana passada com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que esta segunda-feira de manhã garantiu todo o apoio do Estado português às famílias portuguesas no país e às que queiram regressar a Portugal e se encontrem em dificuldades financeiras.
O responsável da Região Autónoma da Madeira pelas comunidades no exterior lembra, contudo, que o regresso à ilha só será possível com a cooperação do Governo da República.
“Esta questão do regresso não é uma questão regional, é iminentemente nacional. Todos temos de assumir as nossas responsabilidades, mas o Governo da República não pode deixar de ter um papel de apoio ao Governo regional para que esta integração possa correr da melhor forma. Daí que a cooperação com o Governo da república seja fundamental”, defende.
Sérgio Marques estima que, por esta altura, cerca de quatro mil portugueses e luso-descendentes tenham chegado à Madeira vindos da Venezuela.