“O sonho de um país sem violência leva-nos a levantar a voz para exigir o fim dos atos que visam reduzir o Haiti a escombros e cinzas”, escrevem os bispos daquele país que, “diante das atrocidades delirantes”, que têm sido cometidas, expressam “profunda preocupação e dor na esteira do Papa Francisco, muito próximo do povo haitiano”.
Dirigindo-se aos fiéis reunidos na Praça de São, no domingo, o Santo Padre manifestou preocupação e dor pela grave crise que atingiu o Haiti. “Os violentos episódios dos últimos dias tornam-me próximo da Igreja e do povo haitiano que, há anos, sofre tanto”. Francisco pediu orações “para que cesse todo o tipo de violência e todos ofereçam o seu contributo de modo a fazer crescer a paz e a reconciliação no país, com o apoio renovado da comunidade internacional”.
Numa nota, citada pela agência SIR, os bispos da Conferência Episcopal do Haiti (Ceh) apelam de novo ao “fim da violência no Haiti, pela paz e pela reconciliação”.
“Encorajamos os esforços de todos os setores e de todas as forças ativas da nação para encontrar uma solução para a crise atual e restaurar a paz e a segurança para todos os filhos e filhas da nação haitiana, proporcionando ao país uma forma de governo de transição inclusiva”, lê-se na nota.
A Conferência Episcopal Haitiana esclarece que “não nomeou ninguém para representar a Igreja Católica no Conselho Presidencial ou em qualquer estrutura governamental”, referindo-se à proposta de integração de dois membros externos - um representante da Igreja Católica e um da sociedade civil - sem direito de voto, no Conselho Presidencial transitório que deverá substituir o primeiro-ministro demissionário Ariel Henry.
“Esperamos, no entanto, que as conversações em curso conduzam a um acordo patriótico verdadeiramente inclusivo e duradouro, no interesse de todo o povo haitiano, que aspira à paz e ao bem-estar”, escrevem os responsáveis católicos, convidando todos os haitianos a “não alimentar a violência” porque “qualquer destruição faz com que o Haiti regrida ou atrase a marcha em direção ao progresso que todos desejamos”.
“Vamos, portanto, pôr fim a estes atos violentos que causam tanto sofrimento”, concluem.