Os castigos para os dois clubes começam a ser o tema central no rescaldo do polémico clássico entre Porto e Sporting, na última sexta-feira, com agressões entre jogadores e acusações entre dirigentes.
Os dragões podem ver o seu estádio ser interditado. O árbitro João Pinheiro terá incluído no relatório do jogo, entre outros incidentes, o de uma bala arremessada para o relvado, para além da confusão entre jogadores, e agressão de apanha-bolas e elementos da publicidade a jogadores do Sporting.
O processo pode demorar algum tempo, adverte o jurista Diogo Soares Loureiro, especialista em direito do desporto, que em declarações a Bola Branca admite como possível uma interdição do estádio do FC Porto.
"A questão da interdição pode e virá à discussão. Temos vários comportamentos imputados e comparticipação de elementos que não são jogadores e com intervenção direta no terreno de jogo. O Conselho de Disciplina poderá trazer para cima da mesa a interdição do estádio", reconhece.
Revela que "as imagens serão tidas em conta, assim como os relatórios do árbitro, delegado da Liga e das forças policiais. O que vem no relatório do árbitro, existe uma presunção de veracidade e que o que vem lá é totalmente verdade. O Conselho de Disciplina analisará tudo com cuidado".
Castigo severo para Tabata
No caso do Sporting, é sobre Bruno Tabata que incidem as atenções. O extremo leonino empurrou ostensivamente o dirigente portista Luís Gonçalves e, segundo Diogo Soares Loureiro, corre o risco de lhe ver aplicada uma pena pesada.
"Depende sempre do que vier nos relatórios, mas há um artigo do regulamento sobre agressões. Quando são feitas por jogadores contra membros da estrutura desportiva, dirigentes, árbitros, há molduras penais que podem ir de meses até anos. Sem histórico disciplinar, terá uma pena mínima. Mas há outras questões que entram: se foi provocado, se não foi, se foi reação a uma agressão ou algo espontâneo. Tudo isto altera a moldura penal", atira.
O Sporting acusou ainda Sérgio Conceição, Vítor Baía e Rui Cerqueira, assessor da equipa principal portista, de ter abalroado o presidente Frederico Varandas, retirando-lhe da mão a carteira e o telemóvel. O dirigente portista já anunciou que vai avançar com uma queixa em tribunal por difamação. O jurista Diogo Soares Loureiro admite que as consequências penais do clássico não se fiquem pela justiça desportiva.
"Já vieram a público queixas-crime, por difamação, outras de furto e roubo, destruição do telemóvel. São questões que não sabemos se aconteceram, mas que devem motivar queixas-crime e aí será justiça civil, já fogem ao âmbito desportivo e que não serão resolvidos pelo Conselho de Disciplina", termina.