A receita fiscal aumentou 1.300 milhões até Agosto. A confirmar-se esta tendência, significa uma devolução a rondar os 35% da sobretaxa de IRS no próximo ano. O Governo rejeita as acusações de eleitoralismo da oposição.
"A despesa está a baixar e como está a baixar a política não é eleitoralista, a política é feita para que o nosso objectivo de diminuir o défice, e em particular ter um défice abaixo dos 3%, possa estar ao nosso alcance porque isso é bom para os portugueses e para o país". Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro e líder do PSD.
“Só a 31 de Dezembro deste ano é que podemos saber quanto será
devolvido, porque só no final do ano é que serão feitas as contas [nesta altura
há uma estimativa]. Todos os meses as pessoas têm agora a possibilidade de ir a
um simulador e ver, em função do que vai sendo a execução dos impostos, mês a
mês, em quanto é que pode ser essa devolução”.
Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro e líder do PSD.
“É evidente que há uma expectativa, neste momento, de devolução. Quanto melhor correr a execução orçamental e quanto melhor evoluir a nossa economia mais depressa será possível aligeirar os impostos sobre as pessoas. Não vale a pena darmos muito valor às promessas. No final, depende da realidade orçamental e do crescimento económico a possibilidade de virmos a pagar menos impostos nos próximos anos. É preciso esperar para ver como as coisas correm”. Pires de Lima, ministro da Economia.
“E prepara-se o Governo com essa estratégia de pressão fiscal para anunciar hoje, pela oitava vez, a revisão da suposta devolução da sobretaxa. É, obviamente, mais um exercício de cosmética, puramente eleitoralista, que o Governo faz porque tem para ele um custo zero, porque eles não vão ganhar as eleições no dia 4 de Outubro”. Mário Centeno, coordenador económico do PS.
"Se a notícia fosse a sério seria eleitoralismo,
como é falsa é falta de vergonha na cara por parte de Pedro Passos Coelho".
Catarina Martins, porta-voz do Bloco de
Esquerda.
“O Governo vem ensaiando esta manobra eleitoral há dois meses, omitindo deliberadamente os atrasos na devolução do IRS e do IVA. A própria Direcção-Geral do Orçamento diz que esses atrasos são na ordem dos 260 milhões de euros. Se contabilizarmos estes 260 milhões de euros, a receita agregada de IRS e IVA subiu 3,2%. O que está no Orçamento de Estado é que para haver devolução da sobretaxa a receita agregada destes dois impostos tem de subir 3,7%. Os dados da DGO mostram que, se esta tendência se mantiver, não haverá qualquer devolução da sobretaxa de IRS em 2016”. Paulo Sá, do Partido Comunista.
[notícia actualizada às 20h00]