O líder nacional dos sociais-democratas disse hoje, depois de o secretário-geral adjunto do PS o ter apelidado de "orgulhosamente liberal", que o PS está mais próximo da estrutura fascista União Nacional do que o PSD do neoliberalismo.
A reação de Luís Montenegro surgiu depois de João Torres o ter criticado por defender que o primeiro-ministro António Costa foi "demasiado longe" ao sujeitar à aprovação prévia do secretário de Estado do Ambiente e Energia o pagamento de quaisquer faturas emitidas pela fornecedora elétrica Endesa a entidades do Estado.
Para o presidente do PSD, ao classificá-lo de "liberal" e acusá-lo de se preocupar mais com os interesses da Endesa do que com os dos consumidores, o PS quis apenas criar "um papão", acabando por "infantilizar o debate político" com uma retórica destinada a "desviar a atenção do essencial".
"Em bom rigor, o PS, com as atitudes que tem tido e com o despacho absolutamente insólito do primeiro-ministro, está muito mais próximo da União Nacional do que o PSD hipoteticamente estaria do neoliberalismo", afirma Montenegro.
Para explicar esse raciocínio, o presidente do principal partido da Oposição acrescenta: "O PS e o primeiro-ministro querem mandar em tudo, querem subverter o normal funcionamento do mercado e eu estou preocupado com os efeitos que isso tem para as pessoas -- com os efeitos que a desregulação e a falta de esclarecimento no setor da energia tem ao penalizar as famílias e empresas".
Notando que o Governo está a cobrar "muito mais receita fiscal" do que previa o Orçamento de Estado, Montenegro insiste que situações como as relativas ao caso Endesa são uma forma de António Costa "distrair os portugueses com uma situação acessória e lateral, desviando a atenção" daquilo que deveria ser prioritário.
"Em vez de andarem com esses papões e jogos de retórica, PS e Governo faziam bem em implementar medidas que ajudassem as pessoas, as pequenas e médias empresas, e as instituições sociais a enfrentar preços de energia que estão galopantemente a crescer a cada dia que passa", conclui.