IL chama "PURP cor de rosa" ao PS e aumenta aposta nos jovens
07-03-2024 - 01:00
 • Filipa Ribeiro

A dois dias das eleições a Iniciativa Liberal passou numa creche, numa feira para estudantes, num jantar comício para a juventude no Porto e na noite de Braga. Em contrarrelógio, os liberais carregam na agenda e nas criticas ao PS.

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A designação PURP (Partido dos Reformados e Pensionistas) cor de rosa partiu do antigo líder da Iniciativa Liberal (IL) e número um pelo círculo eleitoral do Porto. Num jantar-comício com juventude no Porto, Carlos Guimarães Pinto disse acreditar que "podemos estar prestes a livrar-nos do PS" defendendo que isso "é um alivio para todos os portugueses".

O antigo presidente dos liberais recorreu às sondagens para chegar ao novo nome que associa ao Partido Socialista. "Se as sondagens têm razão, se dizem aquilo que nós achamos que dizem, o PS está cada vez mais agarrado a uma minoria de eleitores muitos deles mais velhos, menos qualificados, no fundo o PS está gradualmente a transformar-se no PURP", afirmou.

Carlos Guimarães Pinto continuou a falar sobre o Partido Socialista. quem acusa de não ter empatia. "No outro dia o líder do 'PURP cor de rosa' disse qualquer coisa como: há uma coisa que nos distingue no PS. nós temos a empatia", referiu o antigo líder da IL numa referência a Pedro Nuno Santos. "Onde é que estava a empatia quando estamos num país que tem tantas desigualdades na educação?", começou por criticar. "Quando temos um quinto das crianças em risco de pobreza e injetámos milhares de euros em empresas falidas, onde está a empatia?", questionou.

O número um dos liberais no circulo eleitoral do Porto concluiu. "Eles que fiquem com a mania da superioridade moral, porque a superioridade nas soluções e nos resultados não está no 'PURP cor de rosa', está na Iniciativa Liberal", disse.

No mesmo jantar, Rui Rocha, atual presidente da IL, questionou os jovens se queriam ficar em Portugal. A resposta foi "Siiiiiim!".

O foco do líder da Iniciativa Liberal esteve na defesa das novas gerações e na melhoria das condições no país, para evitar que emigrem. Desta vez, também se dirigiu ao eleitorado mais velho. "Às gerações mais velhas. Nós não podemos deixar os jovens sozinhos a 10 de março. Eles são fortes, mas precisam da nossa ajuda", disse, acrescentando que "não podemos continuar a admitir cadeiras vazias à mesa de jantar".

Cheque-cresce, uma linha vermelha

Sobre o "recreio" entre AD e Chega, o líder da Iniciativa Liberal disse que essa "era uma discussão entre os dois" e que "crianças grandes" não eram assim tão importantes para si.

Com o foco nas crianças, o presidente dos liberais esteve esta quarta feira numa creche privada em Valongo - a Associação Feijoeiro Mágico. A visita e os cumprimentos aos mais novos, foi o contexto para o líder dos liberais voltar a defender o cheque-creche de 480 euros e uma via verde para o licenciamento para ajudar a melhoria de serviços nas instituições.

Sobre linhas vermelhas, Rui Rocha coloca o cheque-creche como uma linha da qual não prescinde. "Não prescindo mesmo", disse, "para que as famílias jovens possam fazer vida em Portugal".

Será uma das prioridades para Rui Rocha a aposta num sistema que faculte a escolha entre setor social ou privado no momento de matricular uma criança na creche.

Depois de crianças, o líder da Iniciativa Liberal visitou os estudantes que estavam na feira Qualifica, na Exponor em Matosinhos.

A maioria já sabia a área de formação que queria seguir no futuro, mas não tinham tantas certezas sobre em quem votar já a 10 de março. O caso de Joel Eloiardi. Tem 18 anos e sabe que em setembro quer entrar em Biologia em Coimbra. Mas sobre o que fazer no próximo fim de semana, não tem tantas certezas.

"Estou indeciso entre dois partidos ", diz Joel , lamentando o que diz ser falta de clareza dos programas políticos".

Ao lado estava Beatriz Fernandes, que quer entrar em Relações Internacionais no próximo ano. Ainda não tem idade para votar mas já lê os programas partidários. Falou com Rui Rocha, pessoa que diz conhecer bem da política e da Iniciativa Liberal, partido sobre o qual tem dúvidas.

A jovem aponta o programa da IL dedicado às alterações climáticas como defeito. "Nós percebemos que alterações climáticas nos afetam a todos, mas parece que estão a deixar o tema de parte ao tentarem dar dinheiro às pessoas para lidar com isso, como se a reciclagem não fosse assim tão importante", disse.

Pelo caminho, Rui Rocha, que não é claro no programa eleitoral sobre medidas para pessoas com deficiência, conheceu um jovem com mobilidade reduzida que quis falar com o líder dos liberais. O objetivo foi apelar à atenção para a falta de acessos para pessoas com limitações. "Há passeios nesta região, sem acessos" disse, pedindo que "fale no parlamento sobre isto". Rui Rocha concordou com o jovem. "Tens toda a razão", disse.

Sobre a indecisão dos jovens e a falta de clareza sobre em quem votar, o líder da Iniciativa Liberal não acredita que se possa generalizar. "Não creio que estejam a perder a confiança, vemos aqui jovens que querem discutir o futuro do país", disse.

O contrarrelógio

Nos últimos três dias de campanha a agenda da Iniciativa Liberal intensificou-se e parece estar mais dedicada aos jovens.

Esta quarta-feira, depois do jantar com a juventude no Porto, o autocarro azul dos liberais seguiu para a "noite" de Braga.

Também esta quinta-feira está prevista uma nova ação noturna em Coimbra - cidade dos estudantes. Previstos estão ainda mais contactos com a população em Braga, Leiria, Coimbra , Porto e Lisboa.