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O padre João Gonçalves, coordenador dos capelães prisionais, pede a todos os capelães, voluntários e colaboradores, para "estarem atentos aqueles que saem das prisões" ou que "acabam por ir parar à sua área de residência".
O sacerdote considera fundamental muita atenção "às necessidades dos reclusos e, em particular, às necessidades de alojamento e alimentação".
O padre João Gonçalves revela que "quando soubemos que isto ia acontecer", que iria haver um processo de libertação de reclusos por razões de saúde pública; a coordenação nacional "fez uma comunicação por escrito a todos os capelães, voluntários e colaboradores para que estejam atentos aqueles que saem das suas prisões" e que "percebam se eles tem alguma dificuldade para que possam dar a melhor resposta".
O coordenador dos capelães hospitalares lembra que alguns dos reclusos libertados podem não dispor de imediato de condições para uma vida digna em liberdade. "Alguns podem não ter, ou a capacidade de dinheiro para a viagem, ou até o necessário acolhimento da família", refere o sacerdote que por outro lado alerta também para o facto de "a pessoa muitas vezes saber às seis horas que às sete vai sair da cadeia, e às vezes não há tempo para os contactos com a família, com a junta de freguesia".
Neste processo de reintegração, o padre João Gonçalves pede também a colaboração dos responsáveis pelas cadeias "para que ninguém fique privado de ajuda" e adianta que a própria sociedade deve ser chamada a ajudar.
Nas palavras do sacerdote "a sociedade tem que se sentir mobilizada para com estas pessoas que saíram da cadeia e que estão com dificuldades por diversas razões" e lembra que "pode haver aqui algum problema concreto, como por exemplo a possibilidade de algum recluso precisar de um determinado medicamento que estava a tomar e a sociedade tem de estar muito atenta a esta dimensão da nossa vida nacional".
A coordenação da Pastoral Penitenciaria considera "uma boa iniciativa a libertação de alguns detidos", o que "alivia o número de pessoas nas prisões, ao mesmo tempo que se reconhece que algumas pessoas que estão detidas podem antes do final do tempo de cumprimento de pena saírem em liberdade”.