Soube há duas semanas que ia estar com o Papa Francisco, no Panamá. Nunca tinha pensado que isto me pudesse acontecer, mas aceitei o convite com muita alegria.
O encontro com o Papa era às cinco da tarde, mas tive de ir para o Campo Santa Maria La Antigua, onde era a celebração de boas-vindas, às 10h da manhã. À entrada não me queriam deixar passar - o meu nome não estava na lista por algum erro -, mas quando perceberam que eu era português, tudo se resolveu. Fiquei no 'backstage' cinco horas, até à chegada do Papa.
Com mais quatro jovens - cada um de um continente - cumprimentámos o Papa. Agradeci-lhe ter vindo ao Panamá e disse-lhe que era português. Lado a lado, e de mãos dadas, passámos pela porta que simbolicamente dava acesso ao canal do Panamá e consequentemente ao início da jornada.
No altar, fiquei sentado ao lado da rapariga da Nova Zelândia. O Papa estava a menos de dois metros de mim. Durante a celebração, vibrei com as suas palavras de união e caridade: é possível ultrapassar as diferenças e fazer muito com pouco. Ali nada parecia separar-nos.
Do altar via a multidão: todos o ouviam com naturalidade. Era impressionante. No fim, rezámos a Salve Regina, entregando um ramo de flores a Nossa Senhora.
Regressámos ao 'backstage'e pensei que tinha terminado, mas dez segundos depois, o Papa voltou atrás e convidou-nos para lanchar. Entrámos numa sala simples. À mesa havia bolos, bolachas e água. O Papa disse-nos para comer e ofereceu um terço a cada um.
Agradeci-lhe a homília. De facto, e como ele disse, aqueles pessoas que ali estavam - e eram milhares - pouco tinham em comum, além da fé em Jesus.
A jovem que representava a América era da Nicarágua e pediu ao Papa que rezasse pelo seu país. Ele disse logo que sim. Outra pediu-lhe para rezar pela China e por Hong Kong e o Papa respondeu: ‘I must go to China’.
A despedida foi muito próxima. Não foi um adeus de quem nunca se iria encontrar, mas um adeus entre amigos. Nunca irei esquecer este dia.