Mariupol, cidade ucraniana sob o comando russo, está "em risco" de ter um "grande surto de cólera", segundo o mais recente relatório de Inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido, partilhado esta manhã no Twitter.
De acordo com a entidade, foram já detetados casos isolados de cólera, tendo os primeiros sido reportados ainda em maio.
O relatório diz ainda que a Rússia está com dificuldades em fornecer serviços básicos à população que está nos territórios ocupados pelos russos: "O acesso a água potável tem sido inconstante, e as cidades continuam com dificuldades no acesso a serviços de internet e telefone"
A Ucrânia cedeu o território de Mariupol à Rússia em meados de maio depois de meses de combates.
Os últimos soldados ucranianos entrincheirados na fábrica siderúrgica Azovstal, em Mariupol, sudeste da Ucrânia, receberam ordens de Kiev para "deixar de defender a cidade".
O complexo metalúrgico, com o seu labirinto de galerias subterrâneas escavadas nos tempos soviéticos, foi a última bolsa de resistência ucraniana nesta cidade portuária no Mar de Azov, fortemente bombardeada pelos russos.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que 4.302 civis morreram e 5.217 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 106.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.