Veja também:
A TAP adiou pagamentos a bancos para além do prazo da moratória. Segundo o jornal “Público”, o documento já entregue no Parlamento, e datado de dezembro, indica que os bancos “concordaram em adiar as datas de vencimento em cerca de ano e meio, para evitar aumentos significativos de pagamentos após a moratória”.
O adiamento do pagamento de dívidas (capital e juros) aos bancos foi uma maneira encontrada para a empresa resistir aos impactos da pandemia da Covid-19.
O documento é composto por 197 páginas e contém várias partes ilegíveis por se considerar que “constituem segredo comercial”. Foi disponibilizado na segunda-feira ao Parlamento a pedido do CDS, que, em dezembro, requereu a divulgação do plano de reestruturação da TAP entregue em Bruxelas.
Lá se lê que, no que se refere a empréstimos bancários, o montante total adiado “representa uma média de 16% do total da dívida bancária”, o que representa “uma grande concessão neste setor”.
Tendo em conta que, no final de setembro, a dívida da TAP à banca era da ordem dos 240 milhões, estes 16% representarão cerca de 38 milhões de euros.
Os anos de 2020 e de 2021 apresentam-se como os mais problemáticos, diz o “Público”, dada a quebra no número de passageiros e nas receitas. Além do adiamento do pagamento das moratórias, estão em curso outras medidas para cortar nos custos, como redução de pagamentos de “leasing” de aviões, adiamento de entrega de novos aviões, corte de postos de trabalho e reduções nos custos com salários.
Entre quinta e sexta-feira, os tripulantes de cabina do Grupo TAP vão votar o acordo de emergência assinado entre Governo, empresa e Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). No primeiro dia, votam os trabalhadores da Portugália e, no segundo, os tripulantes da TAP.
A votação no Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) também decorre na sexta-feira, dia 26.
Além da dívida bancária, a TAP SA tem cerca de 700 milhões de euros em obrigações, que colocou junto de vários investidores, que não se sabe se serão afetados.
Na terça-feira, no Parlamento, o presidente do Conselho de Administração da companhia aérea disse a ajuda dada à TAP até 2024 terá um “um impacto positivo na economia cerca de duas a três vezes superior, até 2030”.
“É um impacto positivo muito forte, que se verificará em todas as vertentes", afirmou Miguel Frasquilho na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, onde foi ouvido no âmbito dos requerimentos apresentados pelo PSD e pela Iniciativa Liberal.
Ouvido na mesma comissão, o presidente da comissão executiva da transportadora aérea, Ramiro Sequeira, disse aos deputados que as medidas voluntárias para redução de postos de trabalho estão a ter uma adesão “positiva” e que a companhia espera que o processo esteja concluído em 14 de março.
Na opinião de Ramiro Sequeira, “a viabilidade da TAP existe” e o plano de reestruturação é “realista”, “sustentável” e “viável do ponto de vista dos custos, das poupanças e da receita”.