Portugal terá fechado 2022 com um défice de apenas 0,5%, de acordo com estimativas do Conselho das Finanças Públicas (CFP) divulgadas esta terça-feira e que, a confirmarem-se, ultrapassam a previsão do próprio Governo.
O crescimento da economia e o aumento da receita fiscal à boleia da inflação influenciaram este resultado no último ano. É preciso agora aguardar pelos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) para saber se se confirma esta previsão.
No Orçamento do Estado para 2023, o Governo apontou para um défice de 1,9% do PIB em 2022. No final de dezembro, António Costa já admitia um défice inferior, de entre 1,4% e 1,5%.
No entanto, poderá ser muito melhor. No relatório “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027”, publicado esta terça-feira, o Conselho das Finanças prevê um saldo negativo de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
Para este ano estima um ligeiro aumento do défice, para 0,6% do PIB. Ainda assim, é mais otimista que os 0,9% projetados pelo Governo.
Em 2025, o Governo deverá apresentar um superavit, ou seja, um saldo positivo nas contas públicas.
São estimativas que incluem algum risco, sublinha o relatório, que lembra que “a manifestação de algumas tensões no plano social ou laboral sinaliza a existência de pressões no curto prazo que podem conduzir a novas medidas com impacto orçamental ao longo do horizonte aqui analisado”.
A dívida pública deverá ter ficado em 113,8% do PIB em 2022, já abaixo da meta do governo para este ano, que é de 115%. Segundo o organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral, a dívida pública deverá cair 18 pontos percentuais até 2027.
Para este ano, o Conselho das Finanças estima um crescimento de 1,2%, a inflação a rondar os 6%.