O presidente do Conselho Europeu (CE) garante que o uso do gás russo como arma não vai mudar a determinação da União Europeia (UE).
Em publicação no Twitter, Charles Michel assume que não ficou surpreendido com a suspensão do abastecimento do gás por parte da Rússia, ao contrário do que fora inicialmente anunciado pela Gazprom.
"A jogada da Gazprom não é surpresa, infelizmente. O uso do gás como arma não afetará a determinação da UE. Aceleraremos o nosso caminho rumo à independência energética. O nosso dever é proteger os nossos cidadãos e apoiar a independência da Ucrânia", escreveu o líder.
A Gazprom deveria retomar a distribuição este sábado, mas acabou por não o fazer devido a uma alegada fuga de petróleo detetada durante a manutenção. No Telegram, a companhia russa revelou a existência de falhas na estação de compressão de Portovaya, na Rússia.
A inspeção, realizada pela Gazprom e por técnicos da alemã Siemens, detetou várias fugas de óleo, que "não permitem uma operação segura e sem problemas do motor da turbina de gás", segundo os russos.
Segundo a Gazprom, este problema só pode ser resolvido em "oficinas especializadas", que a Rússia diz estarem a ser afetadas pelas sanções económicas do Ocidente. As avarias identificadas foram comunicadas numa carta enviada ao presidente da Siemens, Christian Bruch.
O transporte de gás continuará interrompido até que as fugas de óleo sejam totalmente eliminadas. A Gazprom não prevê data específica.
A Comissão Europeia acusou a Rússia de "cinismo" e de utilizar "falsos pretextos" para justificar a suspensão total do fluxo de gás.
Há quem aponte esta suspensão do gasoduto como uma retaliação da Rússia às intenções recentes dos países do G7 em colocar um teto máximo ao preço do petróleo russo. Esta medida juntar-se-ia ao novo lote de sanções previstas pela União Europeia, que inclui a proibição de importação de petróleo russo por via marítima a partir de dezembro.