O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, pensa que o próximo congresso do PSD, que se realiza a partir de sexta-feira, não será o inicio de um processo tendo em vista uma vitória em 2019, mas apenas uma redução de danos de uma futura derrota nas eleições legislativas do próximo ano.
“Não consigo medir bem a sensibilidade do que são todos os pronunciamentos, mas ouvindo muitos dos dirigentes do PSD estão mais a falar do cenário de gestão da derrota de 2019, do que num cenário de vitória”, disse o dirigente socialista no programa Casa Comum, da Renascença.
Medina pensa que o novo líder dos sociais-democratas terá muitas dificuldades em impor um projeto político alternativo, isto porque, na sua opinião, o PS está a ter desempenhos muito bons nas áreas centrais da governação.
“A área das politicas económicas, financeira e sociais é central para qualquer projeto politico, mas é a área em que Rui Rio terá maiores dificuldades porque é onde há melhores notícias. Não vejo como é que alguém se afirmará como líder de um partido da oposição sem uma proposta nesta frente”, avança.
Já Paulo Rangel pensa que Rio se conseguirá afirmar pela economia que é o “seu core “business”.
Para o congresso de Lisboa, Rangel espera que o “âmago deste fim-de-semana politico sejam as duas intervenções do novo líder do partido”.
O deputado europeu crê que o ex-autarca do Porto deverá marcar a liderança pelos “acordos de regime em determinadas matérias que ele considera mais importantes”. “Esses acordos serão orientados para pontos como a regionalização”, acrescenta.
“Os travões da extrema-esquerda”
Os números históricos do crescimento do PIB, que em 2017 registou a maior subida em 17 anos, atingido os 2,7%, também mereceram a análise dos comentadores da Renascença. Mas com diferentes pontos de vista.
Medina afirma que os resultados superam as melhores expectativas de todos os que analisavam a economia portuguesa.
“Recuemos dois anos e meio, às eleições, e vejamos quais eram as opiniões e os pronunciamentos daqueles que olhavam a economia portuguesa e o que diziam: achavam que esta solução politica era incapaz de trazer resultados na frente económica porque era incoerente, e o que vemos é que os resultados estão a acontecer”, resumiu.
Rangel reconhece o trabalho do Governo nesta área, mas diz que podia ainda ser melhor sem os parceiros da esquerda.
“Olhemos para o crescimento dos outros países e vejamos em que situação estamos. Significa que sem deixar de ser para os portugueses do séc. XXI um resultado que é altamente meritório, por ventura com outras políticas e com menos travões, que são de extrema-esquerda, poderíamos estar com uma performance ainda melhor”, rematou.
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