A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) acusa os sindicatos de não cumprirem o prazo de envio dos trabalhadores para as escalas de serviços mínimos.
Em comunicado divulgado este domingo de manhã, a Antram indica que os sindicatos deviam ter designado os trabalhadores para cumprir os serviços mínimos até 24 horas antes do início da greve, que começa às 00h01 de segunda-feira.
"Tal obrigação foi incumprida pelos sindicatos, mais uma vez, ao contrário do que disseram que iriam fazer em toda a comunicação social durante o dia de ontem [sábado]", escreve a Antram, numa nota enviada por André Matias de Almeida, advogado e porta-voz da Associação.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiram no sábado manter a greve com início na segunda-feira, por tempo indeterminado, após a realização de um plenário conjunto.
Para a Antram, os sindicalistas estão a "fazer tudo" para que os serviços mínimos não sejam cumpridos.
"Seria muito mais eficiente às empresas proceder ao seu cumprimento se os sindicatos indicassem logo os trabalhadores que os iriam realizar, até porque dessa forma contribuiriam para uma tensão menor entre empregadores e trabalhadores na medida em que agora serão as empresas a indicar os trabalhadores", refere a nota da Antram.
Assim, as empresas transportadoras irão designar os trabalhadores para os serviços mínimos, esperando que "seja possível contactar os trabalhadores que ficarão adstritos aos serviços mínimos".
Portugal está até às 23h59 de 21 de agosto em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido à greve de motoristas.
Os motoristas reivindicam que a associação patronal Antram cumpra o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100%, racionou os abastecimentos de combustíveis e declarou crise energética até às 23h59 de 21 de agosto, o que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.