O ministro da Administração Interna disse esta segunda-feira que o valor pago à GNR no policiamento do Rali de Portugal é "inestimável porque é o valor da segurança", não cabendo ao seu ministério financiar atividades relacionadas com o turismo.
"O pagamento à GNR é para garantir um valor essencial, que é o valor da segurança. O valor da segurança é inestimável. Realizar-se uma prova desta exigência sem incidentes é muito importante. Se houver incidentes, a prova perde valor a nível internacional e até pode ser cancelada", disse José Luís Carneiro.
Em Vila Nova de Gaia, no Porto, à margem de uma conferência organizada pela Rádio Renascença, o ministro foi convidado a responder ao presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, que pediu na sexta-feira que o Governo assuma parte dos custos do policiamento do Rali de Portugal.
De acordo com o responsável do ACP, os custos ascendem aos 600 mil euros, valor que Carlos Barbosa apelidou de "pequena loucura".
Começando por dizer que, antes de responder, iria "aguardar pela conversa" que "haverá de ter" com o presidente do ACP, por quem tem "muito respeito e consideração", José Luís Carneiro acabou por referir que "o que faz encarecer o custo tem a ver com a deslocação de classificativas" e disse ser importante olhar para "a origem do problema".
"A origem do problema está no financiamento. Quando o Rali de Portugal se estava a realizar no Algarve no passado, tinha um financiamento do Turismo de Portugal, esse financiamento, de um milhão de euros, foi cortado no período da "troika". Não se pode pedir ao Ministério da Administração Interna que financie atividades relacionadas com o turismo", concluiu.
Na sexta-feira, em declarações à Sport TV, Carlos Barbosa frisou que "Portugal é o único país no mundo em que os militares [da GNR] são pagos" e em que "custam uma fortuna".
O presidente do ACP admitiu mesmo que a continuidade da prova no Mundial possa estar ameaçada e sublinhou que o retorno da mesma, "só em IVA, é de 30 milhões de euros, em comidas e dormidas são 60 milhões", com "grande impacto" sobretudo "no interior" do país, mas anda "sempre de mão estendida", a pedir apoios do Estado.
"O Dr. José Luís Carneiro [atual Ministro da Administração Interna] tem de pensar que, pelo menos parte da verba, tem de ser paga pelo Ministério, como serviço público", pediu.
No sábado, a Associação de Profissionais da Guarda classificou de "vergonhosas e irresponsáveis" as declarações de Carlos Barbosa sobre os custos do policiamento do Rali de Portugal, cuja 56.ª edição terminou no domingo.