O processo relativo ao mandato de detenção europeu de Rui Pinto não foi discutido, esta terça-feira, na reunião da Eurojust, órgão da União Europeia destinado à luta contra a criminalidade organizada, segundo confirmou a Renascença junto do representante de Portugal no encontro, António Cluny.
A reunião, que decorre em Haia, na Holanda, serviu essencialmente para salientar a necessidade de troca de informação entre países, relativa às investigações de cada país motivadas pelas informações divulgadas no "Football Leaks".
O representante português na reunião de coordenação adiantou à Renascença que o encontro não serviu para discutir nomes e que, por isso, o "whistleblower" português não foi tema da reunião. No âmbito deste caso, as autoridades francesas já estarão a analisar cerca de 12 milhões de ficheiros, para verificar a sua utilidade para investigação.
António Cluny teve oportunidade de esclarecer que as investigações em curso no nosso país relativas a fraude fiscal não tiveram origem em documentos revelados pelo Football Leaks, mas em relatórios da inspeção da autoridade tributária.
Na reunião de coordenação desta terça feira, para além de Portugal estiveram também presentes a França, a Bélgica, a Holanda, a Espanha e a Alemanha.
Rui Pinto aguarda decisão no pedido de extradição da justiça portuguesa
O "hacker" português continua à espera da decisão do Ministério Público húngaro, no pedido de extradição para Portugal. Rui Pinto aguarda a decisão em Budapeste, em prisão domiciária, depois de ser acusado pela justiça portuguesa de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa colectiva e uma tentativa de extorsão.
O fundo de investimento da Doyen Investment Sports é o principal visado nos crimes de acesso ilegítimo e extorsão. Rui Pinto terá contactado Nélio Lucas, um dos representantes da empresa em questão, e exigido um valor entre 500 mil euros e um milhão de dólares para não divulgar os e-mails que teve acesso.