O Ministro das Finanças, Fernando Medina, admite que Portugal é um dos países mais endividados da Europa e coloca mesmo como objetivo sair dessa lista.
No arranque do segundo dia de debate da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), na generalidade, Fernando Medina defendeu como prioridade diminuir o défice e a dívida pública.
“Menos défice e menos dívida são ativos de que o país não se podem dar ao luxo de prescindir, em particular num contexto de maior volatilidade dos mercados de capitais, de perspetivas de subidas de juros e de incerteza quanto às regras orçamentais europeias”, disse o ministro das Finanças.
“É por isso que, depois de termos conseguido a maior redução da dívida pública depois da II Guerra Mundial, ambicionamos agora um novo objetivo: retirar Portugal, de forma sustenta e perene, da lista dos países mais endividados da Europa”, sublinhou.
O ministro das Finanças puxou ainda dos galões, registando os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a evolução da economia que, argumenta Fernando Medina, está a regressar aos valores pré-pandemia.
De acordo com o governante, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 11,9% no primeiro trimestre em termos homólogos e 2,6% em cadeia.
Fernando Medina que não disse, no entanto, uma palavra sobre os números do INE relativos à inflação, que subiu em abril acima dos 7%.
O deputado do PSD Duarte Pacheco notou isso mesmo, acusando a proposta de Orçamento do Estado de não responder à conjuntura.
“A inflação não surgiu de surpresa. Nós sabíamos que já estávamos a viver um surto inflacionista antes das eleições, claro que depois se confirmou e o Governo avança com uma previsão de 4%, mas, azar dos azares, hoje mesmo o INE vem dizer que em abril a inflação já está em 7,2%. Aquilo que nós temos é uma perda real de rendimentos dos portugueses com este Orçamento, contrariando a promessa do senhor primeiro-ministro”, acusa o social-democrata Duarte Pacheco.