Governo quer medir a importância do turismo na economia
03-03-2016 - 17:00
 • Ana Carrilho

Secretária de Estado do Turismo defende ser preciso conhecer o sector com base em dados credíveis, que ajudem a tomar as melhores decisões.

A secretária de Estado do Turismo anunciou a reactivação da conta satélite a partir do meio do ano, que estava suspensa desde 2010. Esta ferramenta estatística, que usa os métodos do Eurostat, vai medir a importância do turismo na economia do país.

Em análise estão indicadores como os gastos dos turistas, não apenas em hotelaria mas também restauração, compras, transportes, participação em eventos culturais, visitas a museus, parques temáticos ou de diversão, etc.

Numa conferência promovida pela Associação de Hotelaria de Portugal, esta quinta-feira, na Feira Internacional de Lisboa, Ana Mendes Godinho anunciou que o processo está em curso e defendeu ser preciso conhecer o sector com base em dados credíveis, que ajudem a tomar as melhores decisões.

A União Europeia pretende que todos os países tenham uma conta satélite activa que possa mostrar como é que os turistas europeus se comportam dentro e fora dos países da união.

O balanço apresentado pela Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) revela melhorias para a hotelaria nacional em quase todos os indicadores, nomeadamente receitas e taxas de ocupação por quarto, embora sem atingir ainda os níveis de 2007, o melhor ano antes da crise. No entanto, a realidade é diferente consoantes as regiões, com Lisboa, Algarve e Sintra-Estoril a superar a média nacional e Viseu ou a região de Leiria/Fátima, abaixo.

Para 2016 as perspectivas são animadoras, segundo o inquérito – Hotel Monitor - feito pela associação de hotelaria aos seus filiados. No Carnaval, a taxa de ocupação foi inferior à do ano passado, mas foi compensada com os preços mais altos. Para a Páscoa, os hoteleiros nacionais esperam mais turistas.

A receita média e estadia média são os indicadores que não apresentam valores positivos. Preocupações que a secretária de Estado tomou, deixando desde logo o recado ao novo presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo. “Que tudo o que façamos seja no sentido de trabalhar para garantir que as pessoas conseguem chegar a Portugal, que conseguimos acrescentar valor a quem visita, aumentar os gastos dos turistas e as razões para que fiquem no país e garantam que a estada média sobe”.

No ano passado os turistas ficaram nos hotéis em média 1,89 noites. A receita média gerada não apenas na dormida mas também nos outros serviços de hotelaria subiu para 105 euros/dias, mantém-se, contudo, abaixo dos 111 registados em 2007.

O mercado interno garantiu cerca de 30% dos turistas para a hotelaria. A nível internacional, Reino Unidos, Alemanha e Espanha estão no topo da procura.