Na audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano, o Papa denunciou que a pandemia agravou os problemas sociais, especialmente a desigualdade, criticando uma “economia doente” que o permite.
“Alguns podem trabalhar de casa, enquanto que para muitos outros isto impossível. Algumas crianças, apesar das dificuldades, podem continuar a receber uma educação escolar, enquanto para muitas outras houve uma brusca interrupção. Algumas nações poderosas podem emitir moeda para enfrentar a emergência, enquanto que para outras isso significaria hipotecar o futuro”, deu como exemplo em mais um das suas reflexões nesta série de catequeses intitulada “Curar o Mundo” dedicada à pandemia.
Para Francisco, esses sintomas de desigualdade “revelam uma doença social, um vírus que vem de uma economia doente. É o resultado de um crescimento económico injusto, que dispensa valores humanos fundamentais", disse.
Lembrou que algumas nações podem emitir moeda para atender à emergência, enquanto para outras isso significaria “hipotecar o futuro”.
O Papa denunciou também que “uns poucos muito ricos possuem mais do que todo o resto da humanidade” e que esta “é uma injustiça que clama ao céu”.
“Estamos perto de ultrapassar muitos dos limites do nosso maravilhoso planeta, com consequências graves e irreversíveis”, alertou.
“Perante a pandemia e as suas consequências sociais, muitos correm o risco de perder a esperança. Neste tempo de incerteza e angústia, convido todos a aceitarem o dom da esperança que vem de Cristo”, convidou o Santo Padre.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 813 mil mortos e infetou mais de 23,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o último balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.