Filas e filas de viaturas com proveniência de diversas cidades francesas e compostas por milhares opositores das vacinas da Covid-19 convergiram esta sexta-feira, para Paris. Isto apesar da proibição decretada quinta-feira pela Prefeitura de Polícia de Paris (PP).
Esta proibição foi confirmada na sexta-feira pelo tribunal administrativo de Paris.
Desde a manhã, várias dezenas de carros, caravanas e carrinhas saíram de cidades como Lille, Estrasburgo ou Vimy (Pas-de-Calais).
A polícia estimou à tarde que sejam cerca de 3.300 veículos. Um dos promotores do evento falou à Agence France-Presse (AFP) de uma ação “de uma escala fenomenal”, sem no entanto dar um número.
Em entrevista ao Ouest-France publicada na tarde de sexta-feira, Emmanuel Macron pediu "calma".
“Estamos todos coletivamente cansados” após dois anos de pandemia, reconheceu o chefe de Estado.
“Às vezes, essa fadiga também se traduz em raiva. Eu ouço e respeito. Mas peço a maior calma”, disse ele, acrescentando: “Precisamos de harmonia e muita boa vontade coletiva”.
“Há pessoas de todas as esferas da vida social, não apenas fascistas. Somos cidadãos, temos famílias, trabalhamos, apenas estamos unidos contra o governo”, resumiu, de Vimy, Sarah, tatuadora de 40 anos que veio de Lens, citada pelo Le Monde Diplomatique.
Os manifestantes exigem a retirada do certificado de vacinação e reclamam contra a perda de ao poder de compra ou ao custo da energia.
Recusando qualquer desejo de bloquear a capital, os participantes esperam encontrar-se em Paris esta noite.
“É importante não incomodar os outros cidadãos e manter a população do nosso lado, como no Canadá”, lançou Robin, de um estacionamento em Illkirch-Graffenstaden, nos subúrbios de Estrasburgo.
Os manifestantes pretendem depois chegar a Bruxelas para uma “convergência europeia” marcada para 14 de fevereiro. No entanto, as autoridades belgas decidiram negar-lhes o acesso à capital, porque não apresentaram formalmente um pedido de manifestação.