A presidente da Comissão Europeia garantiu esta quinta-feira, durante a visita à Finlândia, que Bruxelas está a trabalhar num nono pacote de sanções contra o regime de Moscovo.
“Estamos a trabalhar intensamente para atingir a Rússia onde dói para atenuar ainda mais a sua capacidade na guerra contra a Ucrânia”, disse Ursula von der Leyen.
“Posso anunciar hoje que estamos a trabalhar a toda a velocidade num nono pacote de sanções", disse a presidente da Comissão Europeia em conferência de imprensa, mostrando-se confiante de que “iremos em breve aprovar um teto global ao preço do petróleo russo com o G7 e outros grandes parceiros”.
“Não descansaremos enquanto a Ucrânia não prevalecer sobre Putin e a sua guerra bárbara e ilegal”, acrescentou.
Von der Leyen não deu mais detalhes sobre quais serão as medidas do novo pacote de sanções.
No mês passado, Bruxelas aprovou o seu oitavo pacote de sanções à Rússia, incluindo mais restrições ao comércio de aço e produtos de tecnologia.
Na conferência de imprensa, a líder do executivo comunitário classificou os ataques da Rússia à infraestrutura civil ucraniana como crimes de guerra. “Eu também sei que nossos amigos ucranianos vão superar essa estratégia porque eles são fortes e a sua causa é justa e nós, a UE, estamos aqui ao lado deles nestes tempos muito difíceis, tanto quanto for necessário”, afirmou.
O Parlamento Europeu reconheceu esta quarta-feira a Rússia como um “Estado patrocinador do terrorismo”, argumentando que os seus ataques militares contra alvos civis ucranianos, como infraestruturas de energia, hospitais, escolas e abrigos, violam o direito internacional.
A Rússia nega ter deliberadamente alvejado civis na Ucrânia, mas reconhece uma campanha de ataques contra a energia elétrica e outras infraestruturas, sugerindo que visam reduzir a capacidade de Kiev de lutar e pressionar a negociações.
O presidente ucraniano denunciou ainda à ONU "crimes contra a humanidade" após os novos ataques russos à infraestrutura na Ucrânia.
"Com temperaturas abaixo de zero, vários milhões de pessoas sem abastecimento de energia, sem aquecimento e sem água, isso é obviamente um crime contra a humanidade", apontou Zelensky.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.