"Impõe-se manter as medidas de contenção", diz Marcelo
31-03-2020 - 14:24
 • Dina Soares

O Presidente da República esteve reunido durante várias horas com especialistas da área da Saúde, a fim de os ouvir sobre a forma como a covid-19 está a evoluir em Portugal. Foi a primeira fase de uma recolha de dados destinada a ajudar o Presidente na sua decisão de prolongar ou não o estado de emergência.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que esforço de contenção dos portugueses está a ser compensado. O Presidente da República esteva reunido, durante toda a manhã desta terça-feira, com especialistas na área da Saúde que deram conta da forma como a covid-19 está a evoluir em Portugal.

“Se a tendência de crescimento do número de casos se confirmar nos próximos dias, podemos vir a ter valores que sejam menos de metade do que se verificava na primeira fase. Isso significa que o esforço de autocontenção dos portugueses está a ter resultados”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

O Presidente citou, como uma das principais medidas, o encerramento das escolas, uma decisão que vai ser reavaliada dentro de uma semana com especialistas da Saúde a fim de que, perante o dados mais recentes, o governo possa fazer as suas previsões e decidir, no dia 9 de abril, se mantém ou não as escolas encerradas.

Uma das conclusões que o Presidente tirou da reunião desta terça-feira foi a importância, sublinhada por todos os especialistas, de manter as medidas restritivas. “Importa manter a pressão na mola para que a mola não suba.”

Mesmo perante esta afirmação, Marcelo não confirmou se vai prolongar o estado de emergência, embora não esconda que “desta reunião decorre muito claramente como é importante dar um sinal daquilo que foi adquirido e que não pode ser perdido.

Há razões para os políticos manterem as suas decisões

“Olhando para os números, parece confirmar-se que as medidas tomadas tiveram a ver com a evolução do processo. Isso dá razão aos políticos para continuarem a decidir no mesmo sentido”, afirmou o Presidente, confessando, no entanto, que continua preocupado com toda esta situação.

Se o eventual decreto presidencial possibilitará, ou não, medidas mais restritivas, como seja o confinamento obrigatório, Marcelo disse apenas que “é prematuro antecipar o decreto, mas é preciso um enquadramento que dê amplos poderes ao governo”, lembrando que as medidas concretas cabem, depois, ao Executivo.

Na reunião de hoje, foi ainda abordada a possível data em que será atingido o pico da propagação da doença. Segundo o Presidente, essa data vai depender da evolução da doença. “Se se mantiver o ritmo de crescimento dos últimos dias, entre 15 e 20%, isso terá influência na inversão da curva.”

Relativamente à realização de testes, o chefe de Estado revelou as explicações dos especialistas, segundo os quais, as prioridades estão a seguir os critérios internacionais. “Neste momento, a prioridade é a realização de testes nos lares da terceira idade, e isso vai dominar as próximas semanas.”

Quando à manutenção do encerramento das escolas e decisões sobre o 3.º período, o Presidente remete para uma reunião agendada para dia 9 de abril.

[notícia atualizada às 15h26]

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