A forte explosão que abalou esta terça-feira o centro de Cabul visava "aparentemente" o ministro da Defesa afegão, Bismillah Khan Mohammadi, que saiu ileso, afirmou um porta-voz do ministério.
Graças a Deus, o general Bismillah Mohammadi, o ministro da Defesa, está bem", escreveu o porta-voz, Fawad Aman, na rede social Twitter, sem precisar se o ministro foi atingido.
A explosão ocorreu numa área residencial de alta segurança no centro de Cabul, próximo da chamada Zona Verde, indicou, por seu lado, o vice-porta-voz do Ministério do Interior afegão, Hamid Roshan.
Segundo o ministro do Interior afegão, Mirwais Stanikzai, citado pela agência Associated Press (AP), a explosão ocorreu no bairro nobre de Sherpur, na capital afegã, onde residem vários altos funcionários do Governo do Afeganistão, entre eles o ministro da Defesa.
Até agora, não há relato de vítimas.
Após a forte explosão, seguiram-se outras de menor intensidade, além de tiros esporádicos.
A explosão, ainda por reivindicar, foi a primeira na capital afegã em meses, destaca a AP.
A explosão ocorreu num momento em que os talibãs estão a avançar com uma ofensiva, pressionando as capitais provinciais no sul e no oeste do país.
O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) reivindicou alguns ataques recentes em Cabul, mas a maioria não foi reivindicada, com o governo a responsabilizar os talibãs e estes as autoridades de Cabul.
Nos últimos três meses os talibãs assumiram o controlo de vastas zonas rurais do Afeganistão durante uma ofensiva-relâmpago e que coincidiu com o início da retirada internacional, nomeadamente das tropas norte-americanas.
As forças afegãs opuseram uma fraca resistência e apenas controlam as capitais provinciais, que tentam defender a todo o custo. Os combates também alastram por Helmand, bastião talibã e palco de alguns dos combates mais intensos dos 20 anos de intervenção internacional, e a província mais mortífera para a NATO.
A queda de uma primeira capital provincial teria um impacto estratégico e psicológico desastroso para Cabul e o seu exército, e reforçaria as dúvidas sobre a sua capacidade em impedir os talibãs de assumir de novo o poder na capital.
Numa altura em que se aproxima a retirada total dos Estados Unidos, já se verificam combates urbanos entre forças afegãs e talibãs em Lashkar Gah, uma das três capitais de província afegãs sob ameaça direta dos talibãs, que já confrontam também as forças afegãs nos subúrbios de Kandahar e Herat, as cidades mais populosas do país, depois de Cabul.