No estado norte-americano da Florida, mais de dois milhões de pessoas receberam ordem para sair de casa, devido à aproximação do furacão Ian.
Uma das zonas mais em risco é a baía de Tampa, na costa oeste, junto às águas do Golfo do México.
Entre a comunidade portuguesa de Saint Petersburg, naquela região da Florida, John Martins, um dos lusodescendentes que ali reside, diz à Renascença que para além das previsíveis falhas de energia há também preocupação com a subida do nível das águas.
“Estavam a dizer que podia subir até cinco a oito pés, o que é um perigo para todos”, adianta. A verificar-se, corresponderia a uma subida de 1,5 a 2,4 metros acima do nível considerado normal.
John Martins é o presidente da Portuguese American Suncoast Association (Associação Luso-americana Costa do Sol) que junta portugueses e lusodescendentes num total de cerca de 400 sócios. Diz que na sede da associação está tudo pronto para acolher, se necessário, quem precise de apoio.
“Temos este clube português onde as famílias se ajudam umas às outras. Se houver necessidade, abrimos as portas a quem não tiver lugar para onde ir. As coisas mais necessárias como água e comida já começaram a ser trazidas pelas pessoas há várias semanas, para suas casas, para prevenir esta situação”, refere.
As autoridades da Florida disponibilizaram vários abrigos para a população.
Pelas ruas de Saint Petersburg vêem-se habitações com janelas e portas entaipadas. “Muitas casas têm tábuas de madeira a encobrir vidros e portas. Outras pessoas enchem sacos de areia para evitar que entre água. A água e o vento são os principais perigos”, sustenta John Martins.
O governador da Florida, Ron DeSantis, declarou o estado de emergência e mobilizou cinco mil soldados da Guarda Nacional.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou o Departamento de Segurança Interna e a Agência Federal de Gestão de Emergências a coordenar as ações de socorro e fornecer assistência para proteger vidas e propriedades.