Projeções. AD vence, mas sem possibilidade de maioria com a IL
10-03-2024 - 20:00
 • Diogo Camilo , João Pedro Quesado

Sondagens à boca das urnas mostram uma maioria à direita, com três delas a colocarem o PS ainda dentro do intervalo de votos da AD. No melhor cenário, uma aliança de direita entre a AD e a IL terá 103 deputados.

As projeções mostram uma vitória da Aliança Democrática, mas sem a possibilidade de maioria no Parlamento — mesmo ao lado da Iniciativa Liberal. Para uma maioria absoluta, a AD teria de juntar-se ao Chega, ideia que foi sempre afastada por Luís Montenegro. Três delas colocam o PS ainda dentro do intervalo de votos e mandatos da AD, mas com poucas hipóteses de vencer.

As quatro sondagens à boca das urnas colocam a AD com um intervalo de deputados entre os 77 e os 91 deputados, enquanto o PS não vai além dos 80. As projeções mostram o Chega com um intervalo entre os 35 e os 54 deputados, enquanto a Iniciativa Liberal terá entre 6 a 15 deputados.

Isso significa que, no melhor cenário para a direita, uma aliança entre a AD e a IL terá 103 deputados, insuficiente para garantir uma maioria no Parlamento de 230 deputados.

Na sondagem à boca das urnas do CESOP-Universidade Católica, a AD consegue entre 29 e 33% dos votos, que se traduzem num intervalo entre 83 e 91 mandatos. O PS não conseguirá ir além dos 77 mandatos, com um mínimo de 69, registando 29 a 33% da percentagem de votos.

O Chega é a terceira força política, conseguindo pelo menos 40 deputados no próximo Parlamento - e 46 no máximo. A percentagem de votos estará entre os 14 e 17%, segundo a projeção.

A Iniciativa Liberal estará entre os 7 a 10 deputados, enquanto a projeção coloca o Bloco de Esquerda entre os 5 e os 7 mandatos. A sondagem à boca das urnas mostra ainda o Livre a ganhar um grupo parlamentar, com 4 a 6 deputados, e a CDU a ficar com 2 a 3 deputados, depois de ter conseguidos dois deputados há dois anos.

O PAN terá 0 a 2 deputados, enquanto o ADN surge com percentagem de votos entre os 0,5% e os 1,5%, mas sem possibilidade de conseguir mandatos.

Na sondagem da Pitagórica para a TVI/CNN, a coligação de PSD, CDS e PPM consegue 79 a 91 mandatos, com 28 a 33% dos votos, enquanto o PS tem 63 a 75 mandatos, com 24,5% a 29,5%. O Chega consegue 35 a 47 deputados, com 16,6% a 21,6% dos votos.

A IL sobe em relação às últimas eleições, com projeções de 9 a 15 deputados, para 3,3 a 6,3% dos votos. O Livre também sobe em relação às legislativas de 2022, com 6 a 12 deputados, com 2,2 a 5,2% dos votos, acima do Bloco de Esquerda, com projeções de 3 a 7 mandatos e percentagens de 3% a 6%.

Seguem-se CDU, com 2,3 a 5,3% dos votos, que se traduzem em 1 a 5 mandatos, e o PAN, com 0,8 a 2,8%, com 1 a 3 deputados.

Na sondagem do ICS-ISCTE para a SIC, o PS também está dentro do intervalo de votos da AD. A coligação de direita tem uma projeção de 77 a 89 deputados, enquanto o PS regista 68 a 80 deputados, com percentagens entre os 27,6% e as 31,8% para a AD e os 24,2% e os 28,4% para o PS. O Chega consegue 44 a 54 mandatos, com a IL a registar 6 a 12 deputados, o Bloco de Esquerda 3 a 9 mandatos, o Livre 2 a 6 mandatos, a CDU 1 a 5 deputados e o PAN 1 a 4.

Na sondagem da Intercampus para CMTV, a AD surge à frente, mas também com o PS no seu intervalo de votos. A aliança de direita recolherá entre 27,2% e 33,2% (77 a 89 deputados) enquanto o Partido Socialista totalizará entre 23,8% e 29,8% (67 a 79 deputados) e o Chega confirma-se como terceira força com 15,6% e 20,6% (42 a 52 deputados).

A Iniciativa Liberal tem um intervalo entre os 6 a 12 deputados, com 3,3% a 7,3%, enquanto o Bloco de Esquerda está entre os 2,7% e os 6,7%, com 4 a 10 deputados. CDU com 1,2% a 5,2% - 1 a 5 deputados -, o Livre com 2,1% a 6,1% - 4 a 8 deputados -, o PAN entre os 0,5% e os 3,5%, podendo chegar até aos 4 deputados. O ADN apresenta-se como a surpresa da noite recolhendo entre 0,0% e 2,9% (até um deputado).

Em 2022, o PS conquistou uma maioria absoluta, vencendo as eleições com 41,37% dos votos - percentagem que valeu 120 deputados. O PSD teve um resultado ligeiramente pior que em 2019: 29,09% dos votos, 77 deputados.

Em terceiro lugar ficou o Chega, com 7,18% dos votos, elegendo 12 deputados. Seguiram-se a IL com 4,91% (oito deputados), o BE com 4,40% (cinco deputados), a CDU com 4,30% (seis deputados), o PAN com 1,58% (uma deputada) e o Livre com 1,28% (um deputado).

O CDS, que agora está coligado com o PSD na Aliança Democrática, concorreu sozinho e teve 1,6% dos votos. Contudo, não elegeu nenhum deputado.