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Donald Trump está convencido de que o processo de desnuclearização vai começar de imediato e que Kim Jong-un está totalmente comprometido com a declaração assinada por ambos esta terça-feira.
Numa conferência de Singapura, depois da cimeira com o seu homólogo norte-coreano, o Presidente dos Estados Unidos afirmou que “o conflito de ontem não tem de ser a guerra de amanhã” e que os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul vão parar.
“Seria inapropriado ter jogos de guerra” quando estamos a fazer um acordo, defendeu. Além disso, estes jogos “são tremendamente dispendiosos. Vamos poupar muito dinheiro e eles vão apreciar” a nossa atitude, acrescentou.
“Penso que o encontro foi bom para os Estados Unidos e a Coreia do Norte”, afirmou Donald Trump.
Há anos que os Estados Unidos levam a cabo exercícios militares em conjunto com a Coreia do Sul como medida de intimidação. “A Coreia do Sul contribui [financeiramente para os exercícios], mas não o suficiente e vamos ter de falar com eles sobre isso”, acrescentou, dizendo ainda: “Temos de falar com muitos países sobre tratar-nos de uma forma justa”.
Esta pode ter sido a grande surpresa da conferência de imprensa do Presidente dos EUA, uma vez que a medida não faz parte da declaração conjunta assinada no final da cimeira.
Do lado contrário, notou Trump, “há sete meses” que não há testes balísticos.
O Presidente norte-americano diz que gostaria de trazer os soldados que ainda estão na Coreia do Sul, mas que agora este ponto “ainda não faz parte da equação”. “Espero que venha a fazer parte, mas não agora. Vamos parar os exercícios militares, o que nos vai poupar muito muito dinheiro”, rematou.
Donald Trump reconheceu que o arsenal militar da Coreia do Norte “é muito extenso”.
“Eles têm um sistema de teste de mísseis imenso e estou muito contente com os pontos do acordo” alcançado hoje. “Eu acredito que [Kim Jong-un] vá mesmo fazer isto”, afirmou, admitindo que, “daqui a seis meses” poderá estar errado na sua convicção.
“Acredito mesmo que ele fará o que prometeu”, afirmou mais do que uma vez.
“Vamos salvar milhões de vidas” e “farei tudo para acabar com a guerra”, garantiu ainda o Presidente norte-americano, criticando os seus antecessores – “não estou só a falar de Obama” – porque “isto já deveria ter sido feito há muitos anos, quando não nos tínhamos de preocupar com o sucesso ou não da cimeira”.
E as sanções, também acabam?
Não para já. “As sanções acabam com quando tivermos a certeza de que as armas nucleares deixarem de representar perigo”, afirmou Donald Trump.
“Eu tenho estudado e lido muito sobre esta questão. E demora muito tempo a completar a total desnuclearização. Demora mesmo muito tempo. Do ponto de vista científico, é preciso esperar um período determinado e muitas coisas acontecem”, reconheceu.
E logo voltou ao tom otimista. “Apesar disso, quando se começa o processo, significa que está feito! Já não dá para as usar [as armas]. Isso são boas notícias. E vai começar muito em breve”.
E se a Coreia do Norte não cumprir o acordo?
Donald Trump não se mostrou preocupado com o incumprimento do acordo. “Acredito mesmo que Kim fará o que prometeu”, afirmou.
“Não durmo há 24 horas, mas acho que foi apropriado o que fizemos. Não desistimos de nada. Acho que o acordo é ótimo para nós e para eles. Há uma garantia de segurança para a desnuclearização total”, resumiu o chefe da Casa Branca.
Mas o processo será fiscalizado, garantiu. “Vamos ter lá muitas pessoas e vamos trabalhar com eles noutras questões. Isto é a desnuclearização completa da Coreia do Norte e vai ser alvo de verificação. Falámos sobre isso”.
“O que posso dizer é que eles querem fazer o acordo. A minha vida é fazer negócios e acordos e sou bom nisso. Eu sinto que querem cumprir este acordo”, rematou.
A declaração conjunta assinada esta terça-feira entre Donald Trump e Kim Jong-un prevê a total desnuclearização da península coreana. Ambos falam em cimeira e acordo histórico e veem o documento final como o início de uma nova era.