O socialista Álvaro Beleza acredita que a ministra da Saúde não vai extinguir as Unidades Locais de Saúde (ULS), criadas pelo anterior governo.
À margem da conferência “Portugal quer mais Europa na Saúde?” este sábado na Fundação Champalimmaud em Lisboa, o também presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) sublinhou que a base das reformas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ser preservada, apesar de haver “vertentes diferentes” entre PS e AD.
“A vida faz-se de mudança e de melhoria e claro que há problemas. Mas é bom que cada governo não desfaça o miolo central. Melhore aquilo que está no passado, corrija de acordo com as suas posições e introduza outras coisas, como as parcerias público-privadas. (...) Mas o essencial acredito que vai continuar”, defendeu.
Sobre o relatório pedido pela ministra da Saúde, o presidente da SEDES afirmou que é "natural que isso aconteça” e que "também pediria um relatório se assumisse o papel de ministro", mas aproveitou para deixar um aviso a Ana Paula Martins: os resultados das ULS não aparecem “de um dia para o outro.”
“Não é a mesma coisa gerir a saúde em Bragança do que gerir a saúde em Lisboa ou em Setúbal ou no Algarve. Mas demora tempo a ver resultados. A primeira unidade local de saúde, em Matosinhos, demorou anos até que se percebessem os resultados”, rematou.
Na passada quinta-feira, a ministra Ana Paula Martins disse ter dado 60 dias à Direção Executiva do SNS para entregar um relatório sobre as medidas aplicadas desde o início do mandato, nomeadamente a criação das unidades locais de saúde - modelo com o qual a ministra discordava e que a levou a abandonar a administração do Hospital Santa Maria, em Lisboa.