Mesmo sem saber ao certo quanto vai custar, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre garante que o Governo não vai dar um passo atrás na recuperação do tempo de serviço dos professores.
“Esse é o compromisso”, vincou, esta quarta-feira, o governante à margem de um colóquio na Universidade do Minho, em Braga assegurando que o facto de não ser conhecida a avaliação da Unidade de Apoio Técnico Orçamental (UTAO) não vai impedir o avanço das negociações com os sindicatos.
“Temos estimativas a que apontam para cerca de 300 milhões de euros. Não temos o conhecimento detalhado porque a informação não foi disponibilizada à UTAO que a pediu e não foi dada pelo governo anterior”, explicou o ministro adiantando que o governo está a disponibilizar a informação para que sejam feitos “os cálculos de forma muito rigorosa”, sublinhou.
O ministro da Educação senta-se à mesa esta quinta e sexta-feira com os 12 sindicatos do setor. É o início da ronda negocial que, a esta altura, servirá, sobretudo, para o Governo “ouvir”.
“Obviamente aquilo que vamos fazer, em conjunto com o Ministério das Finanças, é ouvi-los e receber esse caderno de encargos”, esclareceu Fernando Alexandre .
Depois, acrescentou, “vamos analisar e ver com os recursos disponíveis o que é possível, ou seja, a recuperação do tempo”.
O ministro da Educação participou, esta quarta-feira, num colóquio organizado no âmbito das comemorações dos 50 anos da universidade do Minho em que desafiou as instituições do ensino superior a sonharem mais alto.
“É importante termos instituições de ensino superior que ambicionam criar ciência que possa, num horizonte de 15, 20 anos, ser candidata a Prémio Nobel. É muito importante termos essa ambição”, assinalou.
30 mil sem professores, mas muitos casos são baixas curtas
Sobre a falta de professores nas escolas, o ministro da Educação, Ciência e Inovação defendeu que a valorização da carreira é a solução para combater o problema.
Fernando Alexandre reafirmou que o Governo está a preparar um plano imediato para que o próximo ano letivo seja "bastante mais positivo" que o atual em termos de alunos sem professores.
"Não estou a dizer que vamos conseguir garantir que não há alunos sem professores no próximo ano letivo. Vamos ter de ter várias medidas de curto prazo e vamos ter de ter medidas de mais médio prazo e de longo prazo, que é a valorização da carreira dos professores", referiu.
Fernando Alexandre aproveitou para "clarificar" a questão do número de alunos sem professor, lembrando que, em muitos casos, são situações pontuais, de uma semana ou duas, decorrentes das baixas dos docentes.
"Temos, por exemplo, 30 mil alunos sem professores, mas 10 mil estão sem professor na última semana, porque houve baixas", apontou, lembrando que as baixas "são muito elevadas" na área da educação.
Disse ainda que "não houve planeamento" para preparar a substituição dos professores que todos os anos vão para a reforma.
"Infelizmente, não houve esse planeamento, não houve esse trabalho, e por isso agora ele tem de ser feito e teremos de encontrar soluções", disse ainda.