A produção de um gás que destrói a camada de ozono aumentou desde 2013 apesar de estar proibida, alerta uma equipa de cientistas, que atribui à China a subida destas emissões.
Num estudo publicado esta quarta-feira na revista científica "Nature", destaca-se que a produção do CFC-11 aumentou 7.000 toneladas em todo o mundo desde 2013, com "indicações claras de um grande aumento das emissões de CFC-11 na China nos últimos anos".
"Nas últimas décadas, temos assistido principalmente à descida de emissões de CFC, por causa do Protocolo de Montreal [de 2010, que baniu o uso de CFC]. Portanto, foi inesperada a descoberta feita no ano passado de que as emissões globais de um dos CFC mais importantes começaram subitamente a aumentar", afirmou o investigador Matt Rigby, da Universidade de Bristol, um dos autores do estudo.
Os CFC são os principais responsáveis pela destruição da camada de ozono na estratosfera, que protege a Terra da radiação ultravioleta do Sol. Quando aumentam as emissões de CFC, mais demora o restabelecimento da camada de ozono.
Os cientistas conseguiram primeiro localizar o aumento de emissões na Ásia, chegando depois com mais pormenor às províncias chinesas de Shandong e Hebei.
É aí que terá aumentado a produção de CFC-11, embora os investigadores ainda não tenham conseguido determinar quais as indústrias responsáveis.
Matt Rigby afirmou que "agora é vital descobrir quais as indústrias responsáveis pelas novas emissões", porque se estas foram provocadas pelo fabrico de produtos como espumas, "é possível que só se tenha visto parte do aumento total de CFC-11 produzido".
O restante, caso tenha sido usado em isolamento de edifícios ou aparelhos de refrigeração, só começará a ser libertado nas próximas décadas, notou.
O jornal "New York Times" e a agência de investigação ambiental norte-americana já tinham afirmado que os fabricantes de espuma chineses usavam CFC-11 mesmo depois de o produto ter sido proibido.
As próprias autoridades chinesas identificaram e fecharam algumas indústrias ilegais que o usavam.