Há problemas estruturais nas urgências médicas que poderiam ser resolvidos com a criação de equipas médicas dedicadas, tal como já aconteceu com a enfermagem, defende o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).
Em declarações à Renascença, Alexandre Lourenço deixa claro que não basta contratar mais médicos, como o Ministério da Saúde tem feito. Também é preciso organização e o envolvimento de todos os actores, nomeadamente, ordens e sindicatos.
No entanto, em resposta ao alerta feito esta quarta-feira pelo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, sobre a hipótese de ruptura nas urgências na época do Natal, o presidente da APAH diz que as populações podem estar tranquilas.
“Os serviços de saúde saberão responder às necessidades a que serão sujeitos nesta época natalícia e de passagem de ano. Existem algumas dificuldades de organização que são estruturais e recorrentes, uma vez que os serviços de urgência estão dependentes, muitas vezes, do trabalho extraordinária dos profissionais de saúde ou da contratação de empresas privadas”, sublinha.
Para Alexandre Lourenço, “as horas extraordinárias não resolvem o problema, uma vez que os profissionais também têm o seu desgaste e o trabalho continuo e em excessivas horas leva a uma redução da qualidade do serviço prestado”.
Por outro lado, as empresas privadas a que os hospitais recorrem, “muitas vezes, não têm a qualidade necessária para assegurar a continuidade de cuidados dos nossos doentes”, adverte.
Para ajudar a resolver o problema, a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares defende a equipas dedicadas de médicos ao serviço de urgência, como acontece na enfermagem “e em todos os países civilizados”.
O ministro da Saúde já admitiu que podem surgir problemas, mas Adalberto Campos Fernandes garante quehá vários meses que está a ser feito trabalho para que tal não aconteça.