O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) afirmou que é necessário “um novo modelo de catequese” e fez balanço “positivo” do encontro dos responsáveis europeus deste setor, que decorreu no Vaticano.
“Perante o niilismo que se vive temos que procurar algo mais, voltar a redescobrir o sagrado através do anúncio alegre do querigma que é Jesus Cristo morto e ressuscitado. A catequese pode ajudar a criar um novo sentido de comunhão”, disse D. António Moiteiro, em declarações divulgadas pelo portal "Educris" da CEECDF.
O presidente do organismo episcopal indica que hoje é necessário “um novo modelo de catequese” que seja capaz de “gerar um novo sentido de pertença”, numa sociedade cada vez mais individual.
D. António Moiteiro participou no encontro europeu "Catequese e Catequistas para a Nova Evangelização", organizado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, da Santa Sé.
O bispo português fez um balanço “positivo” desta iniciativa e desafiou as comunidades cristãs a serem “lugares de compaixão ao jeito de Jesus”.
“A atitude de compaixão, a misericórdia é a atitude de que precisamos hoje para replicarmos o modo como Jesus estava perante as pessoas com que se encontrava”, desenvolveu o bispo de Aveiro.
Segundo o presidente da CEECDF, o encontro deixou expressa uma necessidade de conversão para se fazer parte de “uma comunidade que acredita num Deus comunhão”.
“A catequese tem aqui um papel fundamental, no criar comunidade. A Catequese é abrir a porta e manter essa porta aberta para que outros possam entrar nesta comunhão, neste amor ao Deus trindade e sentido de pertença a uma família que não nos deixa sós”, acrescentou.
O Papa Francisco recebeu os participantes deste encontro, a 17 de setembro, e afirmou que a evangelização e a catequese não são “relíquias”, devem estar “vivas”, o que exige “ouvir as pessoas, a sua cultura e história”.
Em Portugal, o setor da catequese da Igreja Católica está a desenvolver o itinerário ‘Ser Catequista’ e prepara um novo ‘Itinerário de iniciação à vida cristã’.
D. António Moiteiro espera que possa ser uma proposta “para pais, filhos, catequistas e catequizandos”.
“Não há catequese apenas destinada a determinados grupos de pessoas. Queremos que haja uma catequese para aqueles que partilham a mesma vida, anseios e aspirações. Não podemos pensar nos filhos sem os pais caminharem com os filhos na transmissão da fé”, salientou o bispo de Aveiro.