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A ministra da Saúde diz que o número de pessoas internadas com Covid-19 ainda é muito elevado e ainda não é o momento para falar em datas de desconfinamento.
Marta Temido, que falava no final de uma reunião com especialistas no Infarmed, afirma que "este é o momento de nos concentrarmos em conter a transmissão da doença" Covid-19.
A governante considera que, nesta altura, é preciso ainda melhorar "a resposta a outras áreas que não a área covid e apostar na rapidez do processo de vacinação e na proteção dos mais fracos e vulneráveis".
“Este ainda não é o momento para falar de tempos nem de falar de modos” de desconfinamento, disse aos jornalistas, depois de ser questionado sobre a possibilidade de início da reabertura em meados de março.
Marta Temido afirma que as atuais restrições são essenciais para continuar a reduzir o número de internamentos, mortes e novos casos de Covid-19.
Esta segunda-feira, o número de internados com Covid-19 em cuidados intensivos é de 627 e a ministra diz que é preciso continuar a baixar esse indicador.
"Se as medidas atuais se mantivessem podíamos atingir a ocupação de 300 camas Covid em unidades de cuidados intensivos em meados de março e menos de 300 no final de março", disse a ministra, definindo uma meta para as próximas semanas.
“Mas neste momento temos internados em cuidados intensivos com covid o número de doentes que precisaríamos de ter por não covid e isso é algo que deve preocupar todos quando falamos de listas de espera, tratamentos de doenças oncológicas e outras doenças. Outra questão de que nos nos têm falado dos especialistas são as sequelas da covid", adiantou.
Marta Temido destacou algumas conclusões e preocupações saídas da reunião do Infarmed: a tendência de descida do número de novos casos do Covid e o índice de transmissão em Portugal ser agora o mais baixo da Europa, mas também um ligeiro aumento na última semana do índice de mobilidade dos portugueses, apesar de todas as medidas de confinamento, e as novas variantes do coronavírus.
"Nada disto que estamos a projetar está adquirido e tudo depende de cada um de nós e de medidas combinadas. A manutenção das atuas medidas e a adesão da população às atuais medidas, com a nota de preocupação para algum já relaxamento sem nenhuma alteração legislativa para o índice de confinamento", sublinhou.
A ministra da Saúde admitiu que o desconfinamento pode começar pelas escolas e para o regresso do ensino presencial.
Nesta reunião na sede do Infarmed, em Lisboa, o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da "task force" para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 disse que Portugal pode atingir a imunidade de grupo no início de agosto.
Gouveia e Melo disse esperar um reforço de vacinas no 2º e 3º trimestres que permitirá acelerar o processo de vacinação e, eventualmente, chegar a 70% da população em agosto.
João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, disse que as medidas de confinamento travaram o crescimento exponencial em Portugal da variante britânica do novo coronavírus.
“Em janeiro fizemos uma projeção a três semanas que indicava que na semana seis – a semana passada – cerca de 65% dos novos casos fossem provocados por esta variante. Tal não aconteceu graças ao confinamento. Os dados indicam que temos cerca de 48% dos novos casos provocados por esta variante e sem uma tendência crescente”, afirmou o especialista do INSA, notando que no Reino Unido já se estima uma prevalência desta variante superior a 90%.
Portugal regista esta segunda-feira 61 mortes e 549 casos de Covid-19, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
É o número mais baixo de vítimas mortais desde 28 de dezembro. Esta segunda-feira, o país ultrapassa os 16 mil mortos desde a chegada da pandemia, há quase um ano.
O número de novos casos é o mais reduzido desde 6 de outubro, quando foram registadas 427 novas infeções.