O PS critica a eventual atribuição de uma pensão extraordinária aos idosos por parte do Governo.
Durante o programa Casa Comum, da Renascença, a deputada e dirigente socialista, Mariana Vieira da Silva considerou que o melhor seria fazer um aumento permanente nas pensões e não dar bónus nas pensões quando o Governo decide.
A socialista condena "a ideia que a pensão é uma espécie de bónus ou prémio de fim de ano, que ora um ano há, ora não há".
"Isto volta a agitar a ideia de que só se atualizam as pensões em ano eleitoral, no mês que dá mais jeito, e isso é uma ideia perigosa da qual devemos fugir", lamentou Mariana Vieira da Silva.
Já do lado do PSD, Duarte Pacheco, antigo deputado e dirigente, compreende a posição do Governo para que não seja dado um passo maior do que a perna e depois as pensões venham a ser cortadas.
"Um aumento que seja incluído na própria pensão tem aqui um problema. É que fica para todo o sempre. Hoje estamos com excedente e isso é fazível, mas não sabemos como vai ser a situação daqui a três anos, ninguém quer viver aquilo que vivemos há uns anos, com cortes nas pensões", defende o social-democrata.
Duarte Pacheco concorda que "vale mais fazer as coisas com conta peso e medida".
Tumultos na Grande Lisboa
Sobre os desacatos que marcaram a última semana na Área Metropolitana de Lisboa, Mariana Vieira Da Silva acredita que é preciso maior proximidade das polícias com os bairros sociais, mas assume que é um problema "difícil" de resolver, lembrando que muitos dos agentes da PSP que atuam nestas zonas vêm de contextos completamente diferentes.
"Por razões várias, a grande maioria dos polícias que entram para a PSP vêm da região Norte e Centro do país, portanto não conhecem têm uma relação de proximidade com a Área Metropolitana de Lisboa", diagnostica a dirigente socialista.
Já Duarte Pacheco considera que seria importante que os agentes da PSP envolvidos em momentos de risco fossem mais experientes, para evitar tragédias como a morte de Odair Moniz, depois de dois disparos de um polícia
EUA: a incógnita de Trump na política externa
No bloco internacional do Casa Comum as atenções viraram-se para as eleições nos Estados Unidos da América, na próxima terça-feira.
Mariana Vieira da Silva acredita que o mundo vai ficar mais inseguro caso Donald Trump vença Kamala Harris na corrida à Casa Branca. Neste momento as sondagens colocam os dois candidatos muito próximos nas intenções de voto.
"É óbvio que uma vitória de Donald Trump será uma transformação radical e muito negativa em muitas dimensões", considera a socialista, referindo-se à forma como os EUA se poderão a relacionar com a NATO ou com países autocráticos.
Duarte Pacheco, antigo deputado e dirigente do PSD concorda: "O pior nem sequer é Donald Trump ter lideranças ditatoriais como seus amigos. O pior é a inconstância e a imprevisibilidade. Perante qualquer situação conflitual, ninguém consegue ter segurança se ele for eleito e isso é uma insegurança total".
Em mais um momento de concordância, os dois representantes do PS e PSD concordam que uma eventual eleição de Donald Trump pode enfraquecer ainda mais a posição da ONU, que tem sido constantemente atacada por países como Israel e até a Ucrânia nas últimas semanas.