A polícia de investigação federal norte-americana (FBI, na sigla em Inglês), apela à colaboração da população na identificação de suspeitos do assalto ao Capitólio, naquela que será “a mais complexa investigação de sempre” no país.
O gabinete do FBI em Washington DC, onde decorrem as investigações ao assalto de 6 de janeiro por uma multidão de largas centenas de pessoas, na maioria apoiantes do ex-presidente Donald Trump, divulgou na quinta-feira imagens de vídeo de 10 suspeitos ainda não identificados, apelando à colaboração da população na sua identificação.
Os indivíduos em causa terão estado envolvidos “nalguns dos mais violentos ataques a agentes da polícia”, que faziam guarda do Capitólio durante o ataque, refere Steven M. D’Antuono, diretor do gabinete do FBI em Washington DC, em comunicado.
Cinco pessoas morreram no assalto ao Capitólio, quando se contavam no interior os votos do Colégio Eleitoral que davam a vitória a Joe Biden, que os apoiantes de Trump consideravam fraudulenta.
Segundo o FBI, foram detidas até agora 300 pessoas, entre eles dezenas de militares e ex-militares.
Dos detidos, 65 foram já acusadas de agressão a agentes da autoridade.
A investigação, adianta o FBI, “será provavelmente a mais complexa levada a cabo até hoje pelo Departamento de Justiça”.
Christopher Wray, diretor do FBI, disse em entrevista à NPR que desde que assumiu funções o número de investigações a grupos extremistas internos duplicou, e que vai continuar a aumentar.
Acusado de ter incitado o ataque, incluindo por senadores do partido republicano, Trump foi alvo de um julgamento no Senado em fevereiro, sem que se tenham produzido os dois terços de votos necessários a uma condenação.
O julgamento decorreu sob fortes medidas de segurança, e a situação é ainda considerada de risco elevado, nomeadamente durante o discurso perante sessão conjunta do Congresso, que o presidente Joe Biden deverá fazer ainda este mês.
Segundo um relatório dos serviços de informações norte-americanos, divulgado esta semana, extremistas violentos, motivados por discórdias políticas e preconceitos raciais, constituem uma "ameaça elevada" nos EUA.
A avaliação constante no documento, divulgado pelo Gabinete do Diretor das Informações Nacionais, indica que os extremistas associados a risco de violência são motivados por um espetro largo de ideologias, incluindo teorias de conspiração, oposição às restrições impostas durante a pandemia e crenças de que a eleição presidencial de novembro foi fraudulenta.
O relatório resultou de um pedido do presidente Joe Biden, para que fosse avaliada a ameaça à segurança interna constituída pelos supremacistas brancos e outros extremistas domésticos.