A rede escolas anticorrupção é um projeto que já chegou a 17 instituições de ensino, mas agora quer ir mais longe. Têm estado a ser feitos uma série de contactos junto da comunidade educativa para dar a conhecer este projeto, que entra agora na segunda edição.
As escolas podem aderir durante este mês de setembro. Qualquer professor, encarregado de educação ou aluno pode sugerir à direção da escola que traga este tema para a sala de aula.
Alexandre Neves, diretor da rede escolas anticorrupção, diz que o objetivo é trabalhar conceitos e perceber até que ponto a corrupção está presente na vida do dia a dia.
“O objetivo é as escolas trabalharem tudo o que são conceitos, ou seja, o que é que nós entendemos por integridade, será que a noção de integridade aqui na Europa é igual na América? O que é uma porta giratória, o que é corrupção ativa, passiva, suborno, trafico de influências?”, explica.
Questões para discutir em sala de aula e saber até que ponto este problema acaba por afetar o nosso quotidiano.
“Uma coisa muito fraturante no nosso projeto é que nos não queremos que a corrupção fique presa aos casos mediáticos, o que pretendemos é construir uma cultura de integridade”, destaca.
“A curiosidade tem sido muita”
Chegados à sala de aula, os alunos facilmente são conquistados. A curiosidade tem sido muita. Antes de mais querem perceber porque é que o tema está a ser levado para as escolas.
“Primeiro que tudo porquê o tema da corrupção. É algo que se calhar eles ouvem todos os dias na rádio, na televisão, mas que nunca chegou à escola e tentamos explicar esta construção a partir da base: E tudo começa na escola é uma expressão que usamos muito, porque acreditamos verdadeiramente que um aluno informado, esclarecido, ativo vai ser um cidadão muito melhor e que vai contagiar todos aqueles que estão à sua volta”, indica Alexandre Neves.
Depois da escola aderir a esta rede, o primeiro período letivo é passado a trabalhar os conceitos de integridade, para depois os alunos partirem para os trabalhos práticos. Há uma multiplicidade de opções, tal como aconteceu no ano passado.
“Tivemos muito interessante a declamação de poemas, recitais sobre a corrupção e sobre o que é que todos nós podemos fazer no nosso dia a dia para mudar este paradigma, entrevistas tanto a deputados da assembleia da república, com ao presidente das camaras municipais e de juntas de freguesia”, descreve.
Escolas podem aderir durante este mês
A rede de escolas anticorrupção, no ano de arranque do projeto, chegou a 17 estabelecimentos de ensino. Para o próximo ano letivo já há várias dezenas de escolas que manifestaram interesse em aderir a este projeto que começou pela mão de um português, em Nova Iorque.
À Renascença, o diretor da rede escolas anticorrupção conta que esta rede “surge no âmbito da associação “All 4 integrity, que surgiu em outubro de 2020 quando um português radicado em Nova Iorque, Andre Corrêa d' Almeida, professor na Columbia University foi para a ruas com um cartaz ‘libertem o meu país da corrupção’”.
“A partir dai juntou-se um movimento cívico de pessoas das mais diversas aéreas que querem mudar o rumo do combate e da prevenção da corrupção”, observa.
As escolas interessadas podem aderir ao projeto durante este mês de setembro. A inscrição é feita no site “All 4 integrity”.
Esta é uma iniciativa que conta com o apoio da Direção Geral da Educação.