Dylan é o primeiro a ganhar um Nobel, um Grammy e um Óscar (mais ou menos)
13-10-2016 - 14:42
 • Filipe d'Avillez

O músico é, por enquanto, o único membro do clube dos vencedores do "triplete" de prémios mais desejados da música, cinema e literatura. Há quem pense que Al Gore também lá está e Bono anda a bater à porta há muito tempo.

Com o anúncio da Academia Sueca, ao fim desta manhã, Bob Dylan tornou-se a primeira pessoa a vencer um Grammy, um Óscar e um Nobel, respectivamente os prémios mais importantes do ramo da música, do cinema e da literatura, no caso específico do Nobel da Literatura.

O cantor e letrista americano venceu já 12 Grammy pela sua obra musical, o primeiro em 1973, com o Álbum do Ano para “The Concert for Bangladesh”, e o mais recente em 2016, na categoria de álbum histórico.

Quanto ao Óscar, Dylan venceu em 2000 pela música “Things Have Changed”, do filme Wonder Boys, que foi considerada a melhor música original do cinema nesse ano.

Este ano, Bob Dylan torna-se ainda no primeiro músico a vencer um Nobel da Literatura.

A tripla Grammy, Nobel e Óscar é inédita. Mais ou menos…

A verdade é que o político americano Al Gore já venceu um Grammy, pela versão áudio do seu livro “Uma verdade inconveniente” e também o Nobel da Paz em 2007, pelo seu trabalho ambiental.

Faltar-lhe-ia, portanto, um Óscar, mas mesmo esse prémio já o ganhou, de algum modo. Em 2007, “Uma verdade inconveniente” venceu o Óscar de melhor documentário. Todavia, apesar de ter sido o protagonista do filme e de o documentário ter sido baseado na sua obra, o verdadeiro destinatário da estatueta foi o realizador Davis Guggenheim.

Contudo, Al Gore também subiu ao palco, segurou a estatueta e até fez um discurso de agradecimento. Mas, em bom rigor, este galardão não lhe pode ser atribuído.

Bono Vox, o vocalista dos U2, será, talvez, uma das figuras mais bem posicionadas para se juntar a Dylan com o triplete. Grammy não faltam ao músico irlandês, que já foi nomeado para um dois Óscares, embora nunca tenha ganho, e também já foi várias vezes referido como potencial vencedor de um Nobel da Paz, pelo seu trabalho de combate à SIDA em África.