Portugal vai receber mais 200 refugiados durante o mês de Junho, anunciou o ministro-adjunto. Desde Dezembro já chegaram a Portugal 300 pessoas, vindas a partir da Grécia ou de Itália.
Em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo Programa "Migrantes como Nós", na Fundação Inatel, em Lisboa, o ministro-adjunto Eduardo Cabrita confirmou que Portugal "é o segundo país, a seguir à França, que mais pessoas recolocou".
Antes, durante o seu discurso, o ministro salientou que o processo de recolocação, ao nível europeu, tem sofrido "imensas dificuldades políticas, burocráticas, de natureza diversa".
Aproveitou para elogiar o papel do Conselho Português para os Refugiados (CPR), em matéria de acolhimento, e adiantou que há refugiados em 48 municípios nacionais, seguindo uma opção de distribuição pelo país.
À Lusa, o ministro revelou também que o Governo português já fez saber que está disponível para receber refugiados no âmbito do acordo feito com a Turquia, sendo um dos oito países da União Europeia que mostrou essa vontade.
"Propusemos programas de cooperação bilateral à Áustria, à Alemanha e à Suécia para ajudar esses países, onde neste momento existe uma grande pressão no plano interno, decorrente do número significativo de refugiados que aí estão", adiantou o ministro.
Paralelamente, o ministro lembrou que Portugal continua a ser um país de destino para o programa de reinstalação de refugiados a partir de países terceiros, através do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e em colaboração com o Conselho Português para os Refugiados (CPR).
"Recebemos, no final do ano [passado] 39 pessoas, mas, entre este e o próximo, vamos receber 260 de países terceiros", revelou o governante.
Eduardo Cabrita salientou que é intenção do Governo dar "planos de vida" aos refugiados que vierem para Portugal, com participação em ações de formação, seja ao nível do ensino superior ou profissional, ensino da língua portuguesa e criação das condições necessárias a uma plena integração na vida portuguesa.
O ministro aproveitou para lembrar que tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) como o Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sublinharam as vantagens do acolhimento dos refugiados, principalmente para os países europeus, demograficamente envelhecidos, apontando que lhes será vantajoso, em termos económicos.
Na sua intervenção, Eduardo Cabrita apontou que a integração e acolhimento de refugiados em Portugal reúne "grande consenso" e que, também por isso, o país "ganha no contexto europeu".
"Não há muitos, nem há muitos governos que possam chegar a uma reunião europeia e que possam dizer que não há uma única voz no parlamento contra esta forma de acolher os refugiados", sublinhou.