O primeiro-ministro cessante, António Costa, defendeu, esta terça-feira, a "estabilidade das legislaturas", sustentando que o próximo Governo deve cumprir o seu mandato até ao fim e considera que "todos temos de refletir" sobre "as causas profundas que fazem com que um milhão de pessoas" tenham votado no Chega.
O ainda primeiro-ministro comentou esta terça-feira a atual
situação política do país, à margem do 2.º Encontro Anual de Agendas
Mobilizadoras, em Santa Maria da Feira.
Costa disse esperar que a instabilidade na legislatura que agora termina não se torne o novo padrão .
"Acho que as legislaturas devem-se cumprir. Acho que, para Portugal, tem sido uma vantagem competitiva importante ter havido estabilidade das suas legislaturas", disse.
Questionado sobre a posição do PS quanto a um novo Orçamento do Estado, voltou a frisar que não lhe “compete falar sobre o futuro do Partido Socialista (PS)” e que essa decisão cabe ao atual líder socialista, Pedro Nuno Santos.
"Não vou discutir a atividade político-partidária, porque estou em retirada, por isso não vou pronunciar-me sobre esta matéria. A pessoa que tem legitimidade para se pronunciar sobre o que o PS deve fazer é Pedro Nuno Santos", afirmou o primeiro-ministro.
"Tenho sempre olhado para a experiência alheia e não há nada pior do que quem deixa de estar ao volante estar a dar opiniões a quem tem o encargo. Pedro Nuno Santos foi o escolhido e só lhe desejo boa viagem", declarou, acrescentando que teve uma enorme honra de liderar o PS durante nove anos, mas essa fase da sua vida "está encerrada".
Quanto ao resultado obtido pelo Chega nas legislativas, Costa disse ser preciso refletir e “perceber as causas profundas que fazem com que um milhão de pessoas" tenha votado no Chega.
"Acho que pouca gente diria que aqueles teriam sido os resultados e é preciso compreender quais são as causas profundas que fazem com que um milhão de pessoas entenda que deve empregar o seu voto naquela oferta política", afirmou, assumindo a sua responsabilidade nos resultados eleitorais.
Sobre o novo aeroporto, considerou ainda que “o importante é que seja tomada uma decisão segundo as informações técnicas disponíveis” e que “qualquer decisão é uma boa decisão”.
No que diz respeito ao PRR, afirmou ter “a certeza absoluta de que não é pelo facto de haver uma mudança de Governo que o PRR vai sofrer qualquer tipo de sobressalto”.
[Notícia atualizada às 15h26]