O bispo da Diocese de Leiria-Fátima considerou que o país está a tomar consciência de que Fátima, onde peregrina o papa Francisco em maio, "é um activo muito grande do ponto de vista da economia nacional".
"O poder político nunca prestou grande atenção a Fátima e, do ponto de vista político, não tem que se intrometer na questão do santuário no aspecto religioso", começou por dizer António Marto em entrevista à agência Lusa.
António Marto nota, contudo, que "hoje está a tomar-se consciência de que Fátima é um activo muito grande do ponto de vista da economia nacional, por causa do turismo, do chamado turismo religioso".
"É preciso ver que [anualmente] andam à volta de cinco milhões de peregrinos aqui, 75% são portugueses, 25% estrangeiros", declarou o prelado.
Para o bispo da Diocese de Leiria-Fátima, esse "movimento do ponto de vista económico ou social" requer, também, que "os poderes do Estado prestem atenção, porque isto é uma montra de Portugal, mostra também o que é Portugal para o mundo".
"E quando vem um papa é uma publicidade mundial sem custos nenhuns para o Estado", sustentou António Marto, prestando reconhecimento à secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que se tem mostrado "muito empenhada" em promover o turismo religioso e "em chamar a atenção do Estado para investir na cidade".
O bispo adiantou que o santuário "durante este tempo de preparação e comemoração do centenário realizou obras de renovação", exemplificando com os parques de estacionamento ou o recinto, "para criar um ambiente mais acolhedor para os peregrinos, para eles poderem viver uma experiência de serenidade de quem se sente bem aqui".
"O santuário está aqui como que um oásis espiritual no meio da cidade. Mas a cidade também não pode ficar alheada. Diríamos que é como o adro em relação à igreja, porque é aí onde primeiro chegam os peregrinos", referiu, considerando que "Fátima impôs-se por si mesma à Igreja, impôs-se ao mundo e também se impõe a Portugal".
A este propósito acrescentou que a Fátima se deslocam peregrinos praticantes, mas também os praticantes ocasionais e católicos não praticantes.
"Todos encontram um recanto para se recolherem, para meditarem na vida, para viver um momento de espiritualidade, mesmo até não crentes", observou, destacando que para muitos é o "afecto a Fátima, à mensagem, à Senhora de Fátima" que faz manter "uma chama de fé".