O Papa vai presidir este sábado ao décimo consistório do seu pontificado, para a criação de 21 cardeais, incluindo o arcebispo de Teerão e vários colaboradores próximos da Cúria Romana.
A partir de 7 de dezembro, 110 dos futuros eleitores num eventual conclave terão sido escolhidos pelo Papa Francisco – a que se somam 24 por Bento XVI e seis por São João Paulo II.
O próximo consistório, anunciado a 6 de outubro, por Francisco, vai decorrer este sábado pelas 16h00 de Roma (menos uma em Lisboa), na Basílica de São Pedro.
A lista inclui 20 futuros eleitores, num eventual conclave, e o antigo núncio apostólico D. Angelo Acerbi, com 99 anos de idade.
A celebração começa com uma saudação dos novos cardeais, antes da oração proferida por Francisco, a leitura de uma passagem dos Atos dos Apóstolos e a homilia.
Após esta intervenção, o Papa lê a fórmula de criação e proclama em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão; segue-se a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.
Cada um dos novos cardeais ajoelha-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação: D. Américo Aguiar é o 17.º dos 20 prelados presentes.
Francisco entrega ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.
Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.
Já a 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição, o Papa e os membros do Colégio Cardinalício celebram a Missa na Basílica do Vaticano, pelas 09h30 locais.
O bispo ucraniano D. Mykola Bychok, da Eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos (Austrália), de 44 anos, vai tornar-se o mais jovem membro do Colégio Cardinalício.
Este será o décimo consistório do atual pontificado, após os realizados a 22 de fevereiro de 2014, 14 de fevereiro de 2015, 19 de novembro de 2016, 28 de junho de 2017, 28 de junho de 2018, 5 de outubro de 2019, 28 de novembro de 2020, 27 de agosto de 2022 e 30 de setembro de 2023.
Inicialmente, o Papa tinha escolhido o bispo indonésio de Bogor, D. Paskalis Bruno Syukur, que anunciou a sua renúncia ao cardinalato a 22 de novembro; Francisco chamou depois para o Colégio Cardinalício D. Domenico Battaglia, arcebispo de Nápoles (Itália).
O Colégio Cardinalício tem hoje 232 membros (120 eleitores, 112 cardeais com mais de 80 anos), incluindo D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima; D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação; e D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, todos criados pelo Papa Francisco.
Aos quatro eleitores num eventual conclave somam-se D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, criado cardeal por Bento XVI; e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, criado cardeal por São João Paulo II, ambos com mais de 80 anos.