A empresa Veolia Portugal, responsável pela manutenção das torres de refrigeração do Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, negou este sábado responsabilidade no surto da ‘legionella’, garantindo que “todos os procedimentos foram implementados corretamente”.
"Todos os procedimentos foram implementados corretamente e são perfeitamente rastreáveis. Da análise efetuada não foi encontrada qualquer acção ou omissão significativa suscetível de explicar a amplitude deste fenómeno”, precisa a empresa, numa nota de esclarecimento.
A empresa de climatização adianta que, na sequência do surto de ‘legionella’ no Hospital de São Francisco Xavier, que já provocou cinco mortos, foi aberta uma investigação interna para “uma melhor clarificação” do quadro em que ocorreu este surto.
Apesar de estar em fase de conclusão, a empresa avança com algumas das indicações preliminares, sustentando que aplica “os procedimentos de prevenção do risco de ‘legionella’ em conformidade com as regras vigentes em Portugal, com as referências internacionais e com as exigências do Grupo Veolia”.
Além desta investigação interna, a Veolia Portugal adianta que solicitou ao ISQ, “como entidade independente e credível a nível nacional e internacional”, para realizar “com efeitos imediatos” uma análise aprofundada de toda instalação, verificando o estado de condição dos equipamentos e funcionamento do sistema.
A empresa considera também que “é fundamental ter em conta que um surto de ‘legionella’ resulta de uma conjugação de vários fatores”, sendo, por isso, “essencial efetuar todas as análises e testes necessários”.
“Em 20 anos de atividade em hospitais, a Veolia Portugal nunca conheceu uma situação semelhante”, refere, sustentando que “operam especificamente na central de trigeração” do Hospital de São Francisco Xavier e que não têm atividades “de limpeza e manutenção dos edifícios hospitalares, do sistema de águas quentes sanitárias nem dos depósitos da água fria”.
O surto da bactéria 'Legionella pneumophila' no Hospital São Francisco Xavier infetou, até ao momento, 54 pessoas, encontrando-se atualmente cinco internadas em Unidades de Cuidados Intensivos, segundo a Direção-Geral da Saúde.
O primeiro caso de doença dos legionários, provocada pela bactéria 'legionella', e que já causou cinco mortos, foi confirmado em 31 de outubro.