Os deputados receberam esta quarta-feira os conselhos de redação do JN, TSF, DN e O Jogo.
A audição parlamentar realizou-se na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto para discutir o despedimento coletivo no grupo Global Media.
Ana Luísa Magalhães, do jornal O Jogo deu conta dos jornalistas que estão a recibos verdes e que vão deixar de colaborar com a diário desportivo do grupo.
“Gostava muito que isto não voltasse a acontecer e que o Estado garantisse meios legais para evitar que qualquer um entre por um grupo de comunicação e vire aquilo do avesso”, declarou.
A jornalista avisou que está em causa o próprio regime democrático: “é a democracia que está a ser atacada, é a democracia que está a ser ameaçada”.
Judith Menezes e Sousa, do Conselho de Redação da TSF, afirmou que o plano de despedimentos da rádio coloca em causa o seu funcionamento, numa altura em que se esgota o prazo dado pela Administração para a realização de rescisões amigáveis.
“Este processo, que hoje termina, pretende tirar trinta pessoas do universo da TSF, que é de 70 trabalhadores”.
A jornalista sublinhou que o órgão de comunicação “já está a funcionar para lá dos limites possíveis”.
“Como é que será possível funcionar desta forma?”, caso sejam cumpridas as quotas de despedimentos definidas pela empresa, questionou.
Também Filipe Santa Barbara, da comissão de trabalhadores da TSF, garantiu que a redação já está a funcionar no limite, em termos de recursos humanos, devido à saída de dois trabalhadores.
“Ainda não houve um despedimento, e já não conseguimos assegurar noticiários no próximo fim de semana”.
Embora o conselho de administração da Global Media tenha manifestado a vontade de conservar a TSF no seio do grupo, a rádio está a perder a sua identidade, opinou o representante dos trabalhadores .
“A TSF que nós temos hoje já não é a TSF que era” e a verificar-se o número de rescisões planeado a situação tenderá a agravar-se. “ A TSF não será aquilo que os portugueses, inclusive os senhores deputados estão habituados a ouvir ao longo destes 35 anos”, referiu.
Os jornalistas do Grupo Global Media continuam sem respostas por parte da administração do grupo. Esta quarta-feira termina o período de rescisões amigáveis. O objetivo é chegar aos duzentos despedimentos. Só na TSF estão em causa trinta postos de trabalho.