O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, diz-se perplexo depois de saber que terá sido a própria a própria procuradora-geral da República, Lucília Gago, a acrescentar o parágrafo no comunicado do Ministério Público sobre a Operação Influencer que levou à demissão do primeiro-ministro, António Costa.
Em declarações ao programa São Bento à Sexta, da Renascença, Eurico Brilhante Dias diz que isso aumenta a necessidade de Lucília Gago prestar esclarecimentos.
“Tenho uma perplexidade, mas a Sra. procuradora poderá esclarecer e é isso que insisto que deve ser feito: porque é que a Sra. procuradora decidiu acrescentar aquele parágrafo, quando o próprio DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal] não o tinha incluído no comunicado. E isso é uma decisão da própria.”
Por seu lado, o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, defende que é preciso aguardar pelo final da investigação da Operação Influencer para concluir sobre eventuais consequências em relação à procuradora-geral da República.
“Diz o Ministério Público que a investigação é sobre o Data Center, o lítio e o hidrogénio e nós ainda só conhecemos uma parte. Eu aguardaria pelo final do processo. Se no final se provar que a investigação foi mal conduzida, que nada das suspeitas tinham qualquer substância, claro que a Justiça também tem que ser escrutinada, criticada e tem que haver consequências”, afirma Joaquim Miranda Sarmento.
O PS e o PSD esperam a dissolução do Parlamento um ou dois dias depois de o Presidente da República aceitar oficialmente a demissão do primeiro-ministro. Aí, o Governo entra em gestão e com limites à capacidade de legislar. Fica a garantia de Eurico Brilhante que não será o PS a servir de veículo do executivo para produzir legislação.
O Parlamento continuará a trabalhar até ao dia 15 de janeiro, após a demissão do Governo. O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, confia que a legislação que for aprovada até lá pelo Parlamento não será significativa.